
Um estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a consultoria Ex Ante revela que o Centro-Oeste brasileiro poderá enfrentar mais de 30 dias de racionamento de água por ano até 2050.
O levantamento aponta que o aumento das temperaturas e a redução no número de dias de chuva devem intensificar a escassez hídrica na região, atingindo cidades como Campo Grande, que já apresentam índices de precipitação mais baixos.
Na média nacional, o estudo estima 12 dias de racionamento por ano, mas as projeções indicam que áreas do Nordeste e do Centro-Oeste tendem a sofrer os impactos mais severos, com reflexos diretos na saúde, no abastecimento doméstico e na qualidade de vida da população.
As mudanças climáticas previstas até 2050 incluem elevação de até 1°C na temperatura máxima média e chuvas menos frequentes, embora mais intensas. Esse cenário deve elevar o consumo de água em 12,4% e agravar o desequilíbrio entre oferta e demanda, exigindo investimentos imediatos em eficiência e gestão dos recursos hídricos.
De acordo com o levantamento, a demanda futura de água no país pode crescer até 59% em relação à produção atual, considerando o aumento populacional, o avanço econômico e o desperdício ainda elevado nos sistemas de distribuição.
A presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, alertou para a necessidade de ações urgentes: “Onde já enfrentamos escassez, como no Centro-Oeste, a falta de água pode se prolongar por mais de 30 dias, afetando diretamente a saúde e o bem-estar da população. É fundamental agir agora para garantir eficiência e sustentabilidade na gestão dos nossos recursos hídricos”, afirmou.