O Ministério da Saúde vai liberar financiamento de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em Campo Grande e outros 7 municípios para atender pacientes com Covid-19. Mato Grosso do Sul vem enfrentando colapso no sistema de saúde e, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, 170 pacientes estão à espera de vagas em UTIs.
A decisão consta em publicação no Diário Oficial da União e a previsão é de que 91 leitos de UTI sejam custeados. O valor total a ser investido está na casa dos R$4,3 milhões.
Entre os leitos financiados há renovação de repasses para hospitais de Campo Grande, incluido a Santa Casa. Para o interior, serão habilitados e renovados leitos em Dourados, Corumbá, Três Lagoas, Ponta Porã, Jardim, Coxim e Costa Rica.
O que se espera é que os leitos desafoguem um pouco a situação que o Estado enfrenta com hospitais sobrecarregados.
Atualmente, a taxa de ocupação está em 100% em todo Mato Grosso do Sul. A mesma taxa se repete em Campo Grande e Corumbá, que não possuem mais leitos de UTI. Em Três Lagoas, até quarta-feira (31), 92% dos leitos estavam ocupados e Dourados, 89%.
As autoridades de saúde informam dificuldade em contratar profissionais especializados em casos críticos e que operam os leitos de unidades de terapia intensiva. Esse fato, segundo o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, dificulta a ampliação de novos leitos.
Na capital, a prefeitura remanejou nas últimas semanas, leitos destinados a outros tratamentos que passaram a atender pacientes com Covid-19. No Unidade do Trauma da Santa Casa, 120 atendem exclusivamente pessoas com o novo Coronavírus. Outros 10 leitos foram habilitados no Hospital Universitário e mais 15 no São Julião.
Colapso
A capital também enfrenta dificuldade na contratação de novos profissionais e os hospitais começam a lidar com outros problemas. O Hospital Regional, referência no atendimento a pacientes com Covid-19, já registrou mais de mil mortes de pessoas hospitalizadas e está com o sistema de distribuição de oxigênio sobrecarregado. Segundo a diretora-presidente do HR, Rosana Leite, a instituição passou por adequações, mas a estrutura da instituição, por ser antiga, tem limitações. “A questão da pressão do oxigênio no prédio do hospital pode causar problemas e faltar oxigênio para os pacientes”, explica.
A diretora avalia a situação do hospital como “calamitosa” e disse que foi preciso acionar leitos improvisados para pacientes. “Isso significa que são leitos de suporte ventilatório onde os pacientes ficam entubados, com cuidados da enfermagem e dos médicos mas, infelizmente, não é o mesmo dimensionamento do cuidado que é feito dentro do leito de CTI. No Hospital Regional, metade dos pacientes são críticos, que precisam de leito de CTI”.
Óbitos
Campo Grande já perdeu 1,8 mil pessoas para a Covid, sendo oo município com a maior quantidade de mortes. A taxa de letalidade está em 2,2%.