Mais de 500 crianças aguardam por um exame de ecocardiograma infantil na rede pública de saúde de Campo Grande, enquanto o município oferece apenas 120 vagas por mês no Centro de Apoio e Diagnóstico Municipal (Cadim). A fila, que cresce a cada mês, expõe a limitação da estrutura disponível e os impactos da espera prolongada em casos que exigem diagnóstico rápido, como os de doenças cardíacas em bebês e crianças pequenas.
A situação chegou ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) após a manifestação de uma família que enfrentou dificuldades para conseguir o exame de uma criança de um ano com anemia grave. O caso revelou falhas no fluxo de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e motivou a abertura de um inquérito civil para apurar a suficiência da rede pública e as medidas adotadas para reduzir a demanda.
Segundo informações enviadas pela Secretaria Municipal de Saúde (SES), a cidade depende, majoritariamente, do Centro de Apoio e Diagnóstico Municipal (Cadim) para a realização dos ecocardiogramas pediátricos, o que limita a capacidade de resposta do sistema. O MPMS apura quais unidades, próprias ou contratadas, realizam o exame e quantas crianças estão em lista de espera no sistema de regulação. Também foram solicitados dados sobre o número de exames realizados nos últimos meses e os planos para ampliar a oferta.
O inquérito da Promotoria de Justiça de Saúde Pública acompanha as medidas administrativas e estruturais que a prefeitura e o governo estadual pretendem adotar para garantir o atendimento regular e contínuo, pois a demora compromete o direito ao acesso integral e resolutivo previsto na legislação do SUS e pode agravar o quadro clínico de pacientes que precisam de diagnóstico precoce.
