A prevenção da violência contra mulheres em Mato Grosso do Sul vai ganhar reforço com a formação de líderes comunitários, ação central do programa Protege. A estratégia foi detalhada pela secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza, durante entrevista ao Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande, dentro das ações do Agosto Lilás.
A capacitação começa em Campo Grande no próximo sábado, das 8h ao meio-dia, e será estendida para todo o Estado a partir do dia 27. “O líder comunitário conhece a realidade da sua vizinhança, sabe onde e como agir para ajudar a mulher em situação de violência”, explicou Viviane.
Segundo a secretária, a iniciativa busca romper o que ela chama de “pacto de silêncio” que envolve muitas agressões. “É na comunidade, no bairro, que a violência acontece de forma muito silenciosa, especialmente a psicológica. Por isso precisamos formar quem está próximo, para orientar e encaminhar essas mulheres para o atendimento correto.”
O Protege integra ações de curto, médio e longo prazo entre diferentes secretarias e órgãos estaduais. Uma das frentes é a “trilha formativa” para a juventude das escolas estaduais, que vai mobilizar grêmios estudantis na identificação de comportamentos abusivos.
“Se as meninas e os meninos entenderem desde cedo que ciúmes excessivos ou controle sobre a roupa não são prova de amor, mas sinais de violência, estaremos prevenindo casos futuros”, disse.
Outro eixo é a ampliação dos Centros Especializados de Atendimento às Mulheres, que oferecem apoio psicossocial, jurídico e orientação profissional, sem necessidade imediata de boletim de ocorrência.
Hoje, o serviço funciona na Capital e será levado para 12 municípios com maiores índices de violência doméstica, com investimento de R$ 210 mil para cada unidade. “Muitas vezes, a mulher ainda quer tentar preservar a relação e precisa primeiro de orientação, não de um processo criminal imediato. É para essas situações que o centro existe”, afirmou Viviane.
A secretária também destacou medidas para áreas de difícil acesso. Em comunidades indígenas, a formação envolve caciques, professores e agentes de saúde, com apoio do Promuse Indígena, que conta com policiais bilíngues em guarani.
“Estamos levando mais de 30 serviços para aldeias distantes, junto com informações e capacitação. Assim, fortalecemos a proteção onde o acesso é mais difícil.”
Na zona rural, o atendimento chega pelo Ônibus Lilás, que percorre regiões ribeirinhas oferecendo serviços e conscientização. “Essas comunidades não podem ficar invisíveis para as políticas públicas. Elas também fazem parte do Mato Grosso do Sul e merecem a mesma atenção”, ressaltou.
Viviane Luiza reforçou que a meta é integrar poder público e sociedade civil. “Todos juntos podemos transformar a realidade e combater a violência contra mulheres e meninas no Estado. Uma sociedade tem o dever de proteger suas mulheres e meninas, e essa é uma responsabilidade de todos.”
Confira a entrevista na íntegra:
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