Mato Grosso do Sul tem dado novos passos para consolidar o turismo acessível como parte das políticas públicas estaduais. Entre os dias 30 de maio e 4 de julho, a Fundação de Turismo (Fundtur) promoveu uma série de atividades na região turística de Bonito e Serra da Bodoquena. Essas atividades foram voltadas à avaliação de atrativos sob a perspectiva da inclusão.
Turismo Acessível em Bonito e Serra da Bodoquena
O projeto contou com a participação de profissionais da área, entre eles pessoas com deficiência visual. Eles percorreram trilhas, participaram de passeios e avaliaram estruturas físicas e comunicacionais nos principais pontos turísticos da região. A programação incluiu visitas a locais como o Parque Ecológico do Rio Formoso, a Nascente Azul, a Casa da Memória Raída e o Buraco das Araras.
No Parque Ecológico, os visitantes percorreram trilhas e realizaram atividades monitoradas. Já na Nascente Azul, foram testadas estruturas como rampas, trilhas táteis e tecnologias de mediação sensorial. A possibilidade de participação em atividades como tirolesa e pêndulo humano foi analisada sob a ótica da segurança e da autonomia de pessoas com deficiência.
A Casa da Memória apresentou elementos culturais acessíveis, como objetos táteis e audiodescrição. Um dos momentos considerados mais desafiadores foi a realização de um voo de asa delta com adaptação para cegos. Esse voo foi acompanhado por consultores e empresários do setor turístico. A iniciativa foi observada como experiência piloto, ainda em fase de aprimoramento.
Acessibilidade no Buraco das Araras
No Buraco das Araras, os participantes seguiram uma trilha sonora e tátil, com orientação espacial feita por guias treinados. A atividade foi considerada uma oportunidade prática para que profissionais do turismo compreendam melhor como descrever ambientes e adaptar o atendimento. Durante o roteiro, ferramentas de acessibilidade foram testadas e aprovadas por usuários reais.
Além das visitas técnicas, a programação incluiu reuniões com representantes públicos e gestores municipais. Segundo os organizadores, a proposta é ampliar o alcance do programa de turismo acessível para outras regiões do estado. Isso será feito a partir da experiência inicial em Bonito.
Expansão para o Bioparque Pantanal
A etapa final do circuito ocorreu no Bioparque Pantanal, em Campo Grande, considerado um dos maiores centros de biodiversidade de água doce do mundo. O local foi visitado por participantes do famtour com o objetivo de analisar recursos de acessibilidade como rampas, piso tátil, audiodescrição e recursos sensoriais. O espaço já conta com estrutura adaptada, sendo avaliado como um modelo positivo de acessibilidade arquitetônica e comunicacional.
A iniciativa reforça o debate sobre o turismo como direito e aponta caminhos para a inclusão de diferentes públicos em atividades culturais e de lazer no estado. A Fundtur informou que a avaliação das experiências será usada para ajustar e expandir as ações nas próximas fases do programa.
