
O estado de Mato Grosso do Sul encerra o ano de 2025 com o registro de 65.403 violações de direitos humanos, estatística que resulta de 9.113 denúncias formais recebidas pelo canal Disque 100 até o dia 22 de dezembro.
Os dados oficiais do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania revelam que a Capital concentra quase metade de toda a demanda estadual, pois soma 4.403 denúncias e um volume expressivo de 32.364 violações, o que coloca a cidade no topo do ranking de notificações, seguida por Dourados, com 624 registros, e Corumbá, que ocupa a terceira posição com 470 queixas.
Crianças e idosos lideram estatísticas de vulnerabilidade
A análise por grupos vulneráveis expõe um cenário crítico para a infância e a juventude sul-mato-grossense, uma vez que o sistema contabiliza 4.307 denúncias e 25.574 violações específicas contra crianças e adolescentes.
O público idoso também enfrenta altos índices de violência com 2.775 registros de abusos, enquanto o monitoramento aponta que pessoas com deficiência sofrem 10.709 violações distribuídas em 1.735 queixas.
No recorte de violência contra a mulher, o painel exibe 923 denúncias, as quais geraram 5.068 violações distintas, fato que reforça a necessidade de vigilância constante sobre as diversas formas de agressão que atingem esses segmentos da sociedade.
Perfil dos envolvidos e natureza das denúncias

Quanto ao perfil de quem sofre a violência, as mulheres representam a maioria absoluta com 51,12% das vítimas identificadas, ao passo que os homens somam 39,2% dos casos relatados ao longo do ano.

Um dado que chama a atenção na plataforma diz respeito aos suspeitos, pois as mulheres respondem por 45,77% das acusações e os homens figuram em 37,21% das ocorrências.
Além disso, embora a maioria dos casos não apresente risco de morte imediata, o serviço de emergência identificou 201 situações de risco iminente para a vida da vítima, além de 53 casos de flagrante e três registros de vítimas em sangramento no momento do contato.
Oscilações mensais
O fluxo de denúncias apresentou variações importantes durante os meses de 2025, com o pico de chamados em outubro, mês que computou 973 registros, enquanto o mês de junho teve a menor procura com 593 casos.
O painel reforça que cada protocolo de denúncia pode conter múltiplas violações, o que explica a diferença numérica entre o total de queixas e a quantidade de abusos efetivamente registrados pelas autoridades competentes.
Acessibilidade do atendimento
As violações de direitos humanos podem ser registradas de forma gratuita, sigilosa e acessível através do Disque 100, além das ligações telefônicas, por WhatsApp, Telegram, chat e e-mail.
Pessoas surdas ou com deficiência auditiva contam com atendimento especializado por videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras).