
A Operação Pantanal 2025 apresentou o menor número de focos de calor e a menor área queimada da série histórica iniciada em 1998, resultado divulgado nesta quarta-feira (3) durante o 6º Seminário em Manejo Integrado do Fogo no auditório do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).
Até 2 de dezembro, Mato Grosso do Sul registrou 1.811 focos, número abaixo do observado há 27 anos, além de uma queda expressiva na área atingida, com 202.678 hectares queimados, contrastando com os mais de 2,3 milhões de hectares devastados em 2024.

O presidente do Comitê Estadual do Fogo e assessor da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), tenente-coronel Leonardo Congro, afirmou que o resultado demonstra a força do trabalho conjunto. “O esforço interinstitucional valeu a pena. Planejamos as ações com antecedência e executamos com organização e eficiência”, disse.
Ele reforçou que a redução ocorreu devido a uma estratégia baseada em dados, tecnologia e parceria entre órgãos públicos e privados.
Os avanços refletem ações preventivas e operacionais realizadas pelo Corpo de Bombeiros, que promoveu manejos do fogo em 1.150 hectares, capacitou 221 militares e formou 929 brigadistas em 2025.
As bases avançadas instaladas no Pantanal reduziram o tempo de resposta e garantiram 1.105 ações de combate ao longo do ano. “Mesmo com previsão de 180 militares por ciclo, só precisamos de 120 graças à eficiência das equipes. Em muitos casos combatemos os focos antes mesmo de aparecerem nos satélites”, explicou o major Eduardo Teixeira, subdiretor de Proteção Ambiental do CBMMS.
A Polícia Militar Ambiental de MS (PMA), em ação integrada com o Imasul, realizou cerca de 750 vistorias e aplicou R$ 49 milhões em autuações. Segundo o capitão André Leonel, o resultado foi possível devido à integração da tecnologia do Imasul à capilaridade da PMA, o que aprimorou o tempo de resposta com monitoramento em tempo real.
O gerente de Unidades de Conservação do Imasul, Leonardo Tostes, reforçou que 1.500 hectares passaram por queima prescrita este ano, medida que reduz a intensidade dos incêndios de grande escala. “Ampliamos a Sala de Situação e trabalhamos com imagens de satélite e análises técnicas em tempo real. A comunicação com a sociedade e a mobilização das equipes foram fundamentais para evitar danos maiores”, afirmou.