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Prefeitura alega falta de dinheiro, mas contratações sem concurso continuam

Após suspender greve da enfermagem na Justiça, município abriu processo seletivo para contratar 400 servidores

Comentarista Edir Viegas, da coluna CBN Em Pauta - Isabelly Melo/CBN-CG
Comentarista Edir Viegas, da coluna CBN Em Pauta - Isabelly Melo/CBN-CG

Alegando falta de dinheiro, ontem a Prefeitura conseguiu suspender na Justiça a greve da enfermagem, que reivindica o cumprimento de decisão judicial que assegura o pagamento do adicional de insalubridade e enquadramento do Plano de Cargos e Carreira da categoria.

A decisão saiu no mesmo dia em que o município abriu processo seletivo para contratar, sem concurso, 400 assistentes educacionais inclusivos, com salário mensal de R$ 2,5 mil.

Em paralelo, ao longo destes dois primeiros meses do ano, a Funsat publicou dois Editais de Abertura de Inscrição para o cadastro reserva de 450 trabalhadores desempregados no Programa de Inclusão Profissional – PROINC.

Mas o que de fato falta à prefeitura? Dinheiro ou planejamento? Ou ambos?

Na sexta-feira passada a secretária de Finanças da prefeitura de Campo grande, Márcia Helena Okama, participou de audiência pública na Câmara Municipal, na qual prestou contas das finanças da prefeitura referente ao terceiro quadrimestre de 2022.

 Ela não explicou o resultado de estudo realizado pelo advogado Márcio Almeida, que apontou a existência de folha de pagamento oculta da Prefeitura que consome todos os meses cerca de R$ 39 milhões.

No levantamento, ficou constatado que, ao longo de 2022, do total de R$ 2,6 bilhões gastos com os servidores, R$ 461milhões não foram justificados.

Na mesma audiência pública, Márcia Hokama informou que o déficit da Prefeitura no ano passado foi de R$ 232 milhões. Enquanto que as receitas foram de R$ 5,3 bilhões, as despesas somaram R$ 5,5 bilhões.

Se a prefeitura tem um rombo de R$ 232 milhões e uma folha salarial oculta de R$ 461 milhões, é possível imaginar de onde vem parte desse déficit.