
A economia sul-mato-grossense entrou em 2025 pressionada pela brusca redução do volume de gás natural vindo da Bolívia. Segundo o governador Eduardo Riedel (PP), em entrevista ao Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande, o recuo afetou diretamente a arrecadação estadual, provocando uma queda de mais de R$ 1 bilhão no ICMS do setor.
Apesar disso, ele afirma que o Estado manteve a política de competitividade tributária e reforçou a estratégia de ajuste interno para garantir investimento público.
“Para ter uma alíquota mais baixa, você tem que fazer o dever de casa olhando para a qualidade dos gastos”, disse o governador, reforçando que a decisão de não elevar o ICMS de 17% para 19% exigiu revisão orçamentária, mas não comprometeu a política de desenvolvimento econômico.
Perda de receita e estratégia fiscal
Riedel explicou que a queda no fornecimento boliviano reduziu a participação do gás de 20% para 7% na arrecadação total do ICMS, o que obrigou o governo a agir rapidamente para equilibrar despesas.
Ainda assim, ele sustenta que o Estado preservou capacidade de investimento e que o empréstimo contratado de R$ 950 milhões não tem relação com a alíquota do imposto, mas com a continuidade do programa de infraestrutura.
“O empréstimo reforça nossa política de investimento. Mato Grosso do Sul investe mais de 15% da receita corrente líquida ano após ano”, afirmou.
Crescimento do PIB e expectativas para 2026
O governador disse acreditar que o PIB de 2025 deve crescer entre 5% e 7%, embora o dado oficial ainda não tenha sido divulgado. Ele lembrou que MS registrou alta de 13,4% em 2023, o segundo maior crescimento do país. Para 2026, Riedel projeta continuidade do ciclo de expansão.
“O PIB é consequência do investimento público, do investimento privado, da renda das famílias e da balança comercial. Todas essas variáveis seguem positivas”, avaliou.
Industrialização e atração de capital
Riedel destacou que a industrialização do Estado — impulsionada pelos setores de celulose, bioenergia, agroindústria e novas cadeias produtivas — está diretamente ligada à estratégia de competitividade e à apresentação de projetos ao mercado internacional.
O governador afirmou que parte dos investimentos atuais começou a ser construída em agendas realizadas dois anos atrás com fundos internacionais, como a XP, que assumirá a concessão da Rota da Celulose.
“Quando você viaja com uma agenda focada e mostra constância, segurança e capacidade de investimento, o mercado responde”, disse.
Ambiente de negócios e estabilidade institucional
Riedel reforçou que o crescimento econômico do Estado também depende da estabilidade política e da harmonia entre os poderes.
“Confiança se constrói com ambiente de negócios. Aqui não há clima de guerra entre Executivo, Legislativo e Judiciário. A polarização não interfere no desenvolvimento”, afirmou.
Novos setores produtivos e impactos regionais
O governador mencionou cadeias emergentes, como citricultura, grandes projetos fotovoltaicos e expansão logística, afirmando que esses movimentos já transformam regiões como Paranaíba, Água Clara e Três Lagoas.
Ele citou investimentos públicos em pavimentação, hospitais regionais e concessões rodoviárias como fatores que reforçam a competitividade econômica e atraem novas operações privadas.
Projeção final: continuidade do ciclo de expansão
Para 2026, Eduardo Riedel afirma que Mato Grosso do Sul chegará a uma fase de maturação de grandes projetos — Rota da Celulose, UFN3, ferrovia Malha Oeste e a hidrovia do Paraguai — consolidando a atual trajetória de crescimento.
“Muitos projetos estarão amadurecidos e acontecendo. As oportunidades precisam chegar a todos, com formação e qualificação. Quanto mais conhecimento, maior a renda média e melhor o resultado para toda a sociedade”, concluiu.
Confira a entrevista na íntegra:
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