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ENTREVISTA

Safra 2025/2026 já será impactada pela reforma tributária, diz especialista

Com previsão de alíquota média de 11,4%, contadora alerta para urgência do planejamento fiscal no campo

Pamela Fiuza nos estúdios da Massa FM Campo Grande - Foto: Luiz Gustavo Soares/Portal RCN67
Pamela Fiuza nos estúdios da Massa FM Campo Grande - Foto: Luiz Gustavo Soares/Portal RCN67

A contadora Pâmela Fiuza, especialista em gestão estratégica e tributação aplicada ao agronegócio, foi uma das entrevistada desta terça-feira (13) no programa Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande.

Atuando como coordenadora da Comissão de Estudos do Agronegócio e integrante do Grupo Técnico da Reforma Tributária no Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul, ela trouxe orientações importantes para os produtores rurais diante das mudanças já previstas para 2026.

Durante a conversa, Pamela destacou que, embora o debate sobre a reforma tributária pareça distante para parte do setor, os impactos práticos já começam com a próxima safra.

“O produtor rural, especialmente o que atua como pessoa física, será diretamente afetado pelas novas regras a partir de 2026. E a safra que começa a ser plantada agora já será colhida sob essa nova lógica”, afirmou.

Segundo ela, mais de 90% dos produtores brasileiros exploram a atividade como pessoa física, o que aumenta o risco de uma transição sem planejamento. Com a nova regra, esses produtores passarão a pagar tributos sobre o consumo, estimados em uma alíquota média de 11,4%.

“É uma carga considerável se pensarmos que muitos já trabalham com uma margem apertada”, alertou.

A especialista ressaltou que o momento exige mudança de postura e planejamento. “A gente não pode mais olhar os números da propriedade só da porteira para fora, mas sim de cima para baixo. Isso significa ter uma visão de gestão estratégica”, disse.

Pamela orienta que a principal medida agora é levantar os dados reais da atividade rural e antecipar a apuração dos créditos tributários referentes aos insumos adquiridos em 2025, que serão utilizados na safra de 2025/2026.

“É imprescindível que esses créditos sejam apurados ainda no ano que vem, antes da vigência plena da reforma, para evitar perdas significativas.”

Ela também reforçou a necessidade de acompanhamento técnico e contábil. “A reforma exige que o produtor assuma de vez o papel de gestor. Cada pequena falha pode trazer grandes impactos financeiros”, afirmou.

Além do conteúdo técnico, Pamela aproveitou a entrevista para anunciar a expansão da empresa que lidera, a Contabiagro, para Mato Grosso do Sul. “Já atuamos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, e agora vamos abrir uma unidade em Maracaju. É um passo importante, porque reconhecemos a força do agro sul-mato-grossense”, disse.

A especialista também deixou seus contatos para os produtores interessados em orientação. O atendimento pode ser feito pelas redes sociais @goldgraoesnegocios ou @pamelafiuza, onde os links para contato direto via WhatsApp estão disponíveis.

Confira a entrevista na íntegra: