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SAÚDE

Santa Casa de Campo Grande aponta déficit histórico e cobra reequilíbrio de contratos com o SUS

A instituição reagiu as declarações do superintendente do Ministério da Saúde que defendeu mais transparência na gestão do hospital

Santa Casa de Campo Grande (Foto: Reprodução/ SC)
Santa Casa de Campo Grande (Foto: Reprodução/ SC)

A Santa Casa de Campo Grande afirmou enfrentar um cenário de desequilíbrio financeiro provocado pelo subfinanciamento crônico do Sistema Único de Saúde (SUS) e pela defasagem nos valores pagos por procedimentos médicos. A instituição reagiu as declarações do superintendente do Ministério da Saúde, Ronaldo Costa, que defendeu mais transparência na gestão do hospital filantrópico, em entrevista exclusiva a Rádio Massa Campo Grande, na sexta-feira (10).

Em nota, o hospital disse considerar legítimas as manifestações que busquem melhorar a eficiência e a transparência na administração dos recursos públicos, mas reforçou que os problemas financeiros são estruturais e se acumulam há décadas.

A Santa Casa afirma que a combinação entre alta demanda de atendimentos, valores defasados do SUS e custos crescentes de operação tem comprometido a sustentabilidade da instituição, que atende majoritariamente pacientes da rede pública.

Segundo a entidade, há decisões judiciais favoráveis reconhecendo a necessidade de reequilíbrio contratual. No processo nº 5003147-92.2023.4.03.6000, a Justiça Federal reconheceu o direito da Santa Casa à recomposição econômica de seu contrato com o município de Campo Grande. Uma auditoria independente apontou que o desequilíbrio acumulado ultrapassa R$ 250 milhões, valor que, segundo o hospital, evidencia a gravidade da situação.

Além dessa ação, o hospital move outro processo referente ao não repasse de recursos federais durante a pandemia de Covid-19, que soma mais de R$ 46 milhões.

Mais recentemente, tramita o processo nº 0854702-73.2025.8.12.0001, no qual a Justiça determinou a prorrogação do convênio nº 03-A/2021 por 30 dias e a análise do reequilíbrio dos valores pagos à instituição. O caso envolve o município de Campo Grande e o governo do Estado, que dividem a gestão plena da saúde.

A Santa Casa afirma operar atualmente com 2,6 tabelas SUS, enquanto programas federais e estaduais utilizam, em média, três tabelas SUS como referência de pagamento. Mesmo assim, diz estar aberta a novas auditorias e revisões contratuais, defendendo que uma reavaliação célere é essencial para garantir a continuidade dos atendimentos e a estabilidade financeira do hospital.

Mencionada na reportagem, nós entramos em contato com a Prefeitura de Campo Grande para saber seu posicionamento diante das afirmações, mas até o fechamento da reportagem ainda não tivemos retorno.