Dias após a confirmação de dois casos de brucelose canina em Campo Grande, a Superintendência de Bem-Estar Animal (Subea) registrou um terceiro diagnóstico positivo da doença.
A informação foi divulgada nesta sexta-feira (4) pelo superintendente Edvaldo Salles durante entrevista ao Microfone Aberto, da Massa FM Campo Grande.
A brucelose é uma zoonose grave, que pode afetar tanto cães quanto humanos, e causa infertilidade, aborto em fêmeas, febre e alterações comportamentais nos animais. A nova confirmação reforça a preocupação das autoridades sanitárias com o avanço silencioso da infecção, que não tem cura definitiva.
“Os três casos envolvem cães domiciliados ou semi-domiciliados em regiões urbanas da Capital. Nenhum deles teve contato com área rural, o que nos mostra que a transmissão pode ocorrer também dentro da cidade, inclusive entre animais de rua”, afirmou Salles durante o programa.
Segundo ele, os tutores notaram sinais como inchaço abdominal, prostração, secreção genital e perda de apetite. O diagnóstico foi confirmado após exames laboratoriais realizados na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), por meio de parceria com a Subea.
O exame de PCR, necessário para identificar a bactéria com precisão, é realizado após triagem inicial por ultrassonografia.
A brucelose é uma doença de notificação obrigatória. Após a confirmação, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) é acionado para monitorar a residência do animal infectado e demais pessoas e animais que tiveram contato com ele.
“A recomendação é que qualquer tutor que perceba sintomas no seu animal procure atendimento veterinário imediatamente. Só com exame clínico e diagnóstico correto é possível diferenciar a brucelose de outras doenças semelhantes, como piometra”, explicou o superintendente.
Além do cuidado veterinário, Salles reforçou que a castração é uma medida preventiva eficaz, pois reduz comportamentos reprodutivos que facilitam o contágio entre os cães.
Na entrevista, o superintendente também orientou sobre os riscos de transmissão para humanos, especialmente em casos de contato com secreções de animais infectados.
“É fundamental manter a higiene, evitar o contato direto com secreções e nunca tentar medicar o animal por conta própria. A brucelose não pode ser tratada com medidas caseiras”, destacou.
O atendimento veterinário gratuito está disponível na unidade da Subea às segundas, terças, quintas e sextas-feiras. Para utilizar o serviço, é necessário apresentar documento pessoal, comprovante de residência e a folha do Número de Identificação Social (NIS). Casos suspeitos são encaminhados para exames mais detalhados na UFMS.
Confira a entrevista na íntegra: