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Saber aproveitar oportunidades a tempo de ganhar mercados

Para economista, pensar "fora da casinha" e buscar planejamento são cruciais para o agronegócio 

Roberta citou exemplo da Holanda, que está exportando amendoim para outros países - Foto: Eduardo Suede
Roberta citou exemplo da Holanda, que está exportando amendoim para outros países - Foto: Eduardo Suede

Gestão de risco e planejamento nos negócios foram temas pontuais durante a palestra da economista Roberta Paffaro nesta terça-feira (20), em Campo Grande. A especialista de mercado de commodities abordou os impactos econômicos para o Brasil diante da guerra no leste europeu e que é preciso pensar "fora da casinha" para tranformar o cenário. 

"Os preços das comodities vão permanecer voláteis, ainda mais no Brasil, onde isso é uma questão até cultural. Pra quem é produtor ou gestor de carteira, a situação atual pode ser tornar um risco. Quando a gente olha pra toda essa gestão de mercado é importante entender que a oscilação é um risco. Ucrânia e Rússia são responsáveis, por exemplo, por 40% da exportação de óleo de girassol do mundo", pontua.

Roberta citou outro exemplo de oportunidade de mercado que o Brasil tem perdido, desta vez para a Argentina. É o caso da exportação de amendoim. Segundo a especialista, a Holanda está comprando o produto do vizinho brasileiro. A explicação estaria na atitude dos exportadores argentinos que foram atrás dos compradores internacionais para ofertar o amendoim que também é produzido por aqui, e em larga escala. Ou seja, os argentinos estão garantido uma fatia do mercado. 

A importância de buscar novas possibilidades tecnológicas para aumentar o comércio internacional também foi destacada. "Eu conversei com uma start-up em Portugal e eles estão tentando conectar produtores de café, pessoas aqui do Brasil, para facilitar esse acesso ao mercado europeu", destaca.

A palestrantes resumiu que o mercado do agronegócio deve estar atento a três movimentos: Transformação energética, transformação tecnológica e as mudanças na geopolítica.

"Devemos acompanhar esse movimento de perto. Nos Estados Unidos já está se delimitando o quanto de soja é destinada para alimento, ração e combustível, além de outros produtos à base da proteína. Pensar um pouco fora da caixa, não apenas no que podemos comprar e vender. O tempo nunca foi tão precioso", finaliza.