Um dia antes de ser alvo de nova operação da Polícia Federal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chorou no plenário do Senado e pediu orações. Ele afirmou entregar sua situação “nas mãos de Deus”.
A fala emocionada ocorreu durante sessão solene nesta quinta-feira (17). Nessa ocasião, o ex-mandatário demonstrou apreensão com os rumos da investigação sobre sua participação em uma tentativa de golpe de Estado.
“Falta quase nada, mas alguns poucos nos atrapalham. Caso essa missão seja impossível, aí sim, entrego nas mãos de Deus”, declarou Bolsonaro, em tom de desabafo.
Na manhã desta sexta-feira (18), o temor se confirmou. Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal cumpriu mandados judiciais contra Bolsonaro. A ação ocorreu no âmbito da Operação Tempus Veritatis. Esta ação faz parte das investigações sobre o suposto plano golpista, articulado após as eleições de 2022.
Medidas Impostas a Bolsonaro
Entre as medidas impostas, Bolsonaro deverá usar tornozeleira eletrônica e cumprir recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 7h. Também está proibido de acessar redes sociais, de manter contato com outros investigados ou réus, e de se aproximar de embaixadas e representantes diplomáticos.
A operação reforça o cerco judicial ao ex-presidente. Ele é um dos oito réus na Ação Penal 2.668, que está em andamento no STF. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já apresentou alegações finais. Eles pedem sua condenação por cinco crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio público. As penas podem somar mais de 40 anos de prisão.
A Defesa de Bolsonaro e a acusação da PGR
Segundo a PGR, Bolsonaro liderou pessoalmente os atos executórios e só não teve êxito devido à falta de adesão por parte dos comandos militares. A defesa do ex-presidente afirma que ele é inocente e vítima de perseguição política. O processo ainda aguarda as manifestações das defesas dos réus e será julgado pela Primeira Turma do STF.