O uso indiscriminado da tadalafila, princípio ativo comum em medicamentos para disfunção erétil, tem crescido de forma preocupante no Brasil. A advertência é do médico Sóstenes Maciel, especialista em saúde do homem, durante entrevista ao quadro Saúde é Massa, da Massa FM Campo Grande.
Comercializado com nomes populares e confundido com o famoso “comprimido azul”, o medicamento tem sido utilizado de forma equivocada por homens que buscam melhorar o desempenho sexual ou até mesmo a performance em treinos de academia — o que representa um risco real à saúde.
“Estão desviando do verdadeiro uso. Se houver alguma alteração cardíaca não diagnosticada, a pessoa pode ter uma parada. Associar com cafeína ou suplementos pode gerar arritmia e até infarto”, alertou o médico.
Medicamento tem finalidades específicas
Ao contrário do que muitos imaginam, a tadalafila não foi criada para uso recreativo. Segundo o especialista, a substância foi desenvolvida para tratar disfunção erétil, reduzir a pressão arterial pulmonar e, em alguns casos, auxiliar no tratamento da hiperplasia prostática benigna — uma condição comum em homens acima dos 50 anos.
“Aumenta a vascularização? Sim, mas esse não é o propósito. Não foi feito para turbinar treinos”, esclareceu.
Fatores emocionais e hormonais também interferem
Durante a entrevista, Maciel também comentou que muitos casos de dificuldade na função sexual masculina não têm origem física, mas psicológica ou hormonal. Ele reforçou que o diagnóstico adequado depende de uma análise ampla e individualizada, que vai além da simples prescrição de medicamentos.
“Nem sempre a medicação é a primeira opção. Pode ser algo emocional ou hormonal. A gente precisa olhar para uma vitrine maior”, explicou.
Segundo ele, é cada vez mais comum que as parceiras também participem da consulta, o que fortalece o vínculo e ajuda a quebrar preconceitos.
“O homem não é um interruptor que basta acionar. Há todo um contexto fisiológico e emocional envolvido. Ter a mulher presente ajuda a tirar mitos e fortalece a relação”, completou.
Confira a entrevista na íntegra: