
A rotina das escolas públicas costuma ser associada ao esporte tradicional, e quase sempre, às quadras. No entanto, em Campo Grande, uma parte da Rede Estadual de Ensino vem sendo direcionada a uma proposta que foge do “apito e bola”: o Projeto Especial de Yoga, vinculado ao Programa MS Desporto Escolar (PRODESC/MS). A iniciativa tem sido apresentada como ferramenta de apoio pedagógico e, ao mesmo tempo, como estratégia prática para lidar com efeitos que já aparecem na sala de aula, como estresse, ansiedade e queda de concentração.
Nesse recorte, a Yoga não tem sido tratada apenas como exercício. Pelo contrário: a prática vem sendo defendida como um conjunto de técnicas, sobretudo de respiração e controle corporal, que pode ser levado para o cotidiano do estudante. Assim, além do condicionamento físico, a ideia é que o aluno aprenda recursos para organizar emoções, reduzir tensão e, consequentemente, se relacionar melhor com colegas e professores, reforçando um ambiente escolar mais estável, empático e respeitoso.
O projeto será desenvolvido exclusivamente em unidades estaduais de Campo Grande e, além disso, será aplicado com carga horária de 10 horas-aula semanais por escola.
Segundo a previsão apresentada, as escolas contempladas são:
- EE Joaquim Murtinho;
- EE Lúcia Martins Coelho;
- EE Maria Constança de Barros Machado;
- EE Professor Henrique Ciryllo Correa;
- EE Professora Fausta Garcia Bueno;
- EE Professora Joelina de Almeida Xavier.
Ao mesmo tempo, o perfil exigido do profissional foi desenhado com regras diferentes das modalidades esportivas convencionais. Enquanto, em geral, o treinamento desportivo pede licenciatura em Educação Física e registro profissional, no caso do Yoga o requisito foi definido como licenciatura em qualquer área, obrigatoriamente acompanhada de certificado de formação em Yoga. Dessa forma, a função não fica restrita ao caminho tradicional do esporte, ainda que a condução técnica siga sendo cobrada.
Por fim, a seleção será feita por análise curricular. Nessa etapa, experiência como ministrante em cursos ou eventos, participação em congressos e tempo de atuação na modalidade tendem a ser considerados na pontuação, de modo que o histórico do candidato pese na escolha final, e consequentemente, no formato que as aulas vão assumir dentro das escolas.