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Campo Grande, 26 de julho

Deputado e servidores da segurança pública são alvo do Gaeco

Justiça determinou 10 prisões e 13 mandados de busca e apreensão, um deles cumprido na casa do deputado estadual Neno Razuk

Por Fernando de Carvalho e Gerson Wassouf
05/12/2023 • 13h00
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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou, na manhã desta terça-feira (5), a Operação Successione, para o cumprimento de 10 mandados de prisão temporária e de 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande/MS e Ponta Porã/MS.

As investigações revelaram a atuação de uma organização criminosa responsável por diversos roubos de malotes praticados mediante o emprego de arma de fogo e em concurso de agentes.  De acordo com o Gaeco, os crimes estão ligados à disputa pelo monopólio do jogo do bicho na Capital, que ficou vago após a Operação Omertà e a consequente prisão dos líderes da contravenção, ocorrida em 2019.

O trabalho investigativo constatou, ainda, que ''a organização tem influência em órgãos de segurança pública, e conta com a participação de policiais para realizar as atividades criminosas", informa em nota o Ministério Público Estadual.

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Ao ser procurada pela Rádio CBN Campo Grande, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp/MS) informou que não vai se posicionar diante da Operação Sucessione, deflagrada pelo Gaeco.

O cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão nesta terça-feira é um desdobramento de outra investigação iniciada a partir da apreensão de 700 máquinas de jogo, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande, no mês de outubro deste ano.

Deputado Corregedor é alvo de busca e apreensão

Entre os alvos da operação está o deputado estadual Neno Razuk (PL), que teve a sua residência alvo de busca e apreensão no início desta manhã. Após a saída dos policiais de sua casa, o parlamentar participou normalmente da sessão na Assembleia Legislativa. Razuk é o atual Corregedor do Poder Legislativo de Mato Grosso do Sul. Ele foi designado para o cargo em março deste ano por meio do Ato 11/2023, da Mesa Diretora da ALEMS.

Neno afirmou que pretende provar sua inocência. Ele negou qualquer envolvimento com o jogo do bicho e disse não saber o motivo do envolvimento do nome dele na operação.

Deputado Estadual Neno Rauzk, do PLNeno Razuk durante coletiva à imprensa nesta manhã

"Eu não sei por qual razão, mas eu confio na Justiça. Tenho certeza da minha inocência e tenho certeza que, no desenrolar dessa investigação, vai ser mostrado que eu não tenho nenhum tipo de envolvimento. [...] Todo mundo sabe que o jogo do bicho continua solto em Campo Grande e eu não tenho nada haver com o jogo do bicho. Não tenho nenhum cambista, nenhuma banca, não tenho nada. Eu acho que estão querendo jogar isso nas minhas costas", afirmou o deputado.

Neno Razuk ainda disparou "Se querem procurar, deveriam procurar em outro lugar e não comigo".

Segundo informações extra-oficiais, assessores do parlamentar também estão entre os investigados e foram presos durante a operação.

O nome Sucessione, dado à operação, faz alusão à disputa pela sucessão do controle do “jogo do bicho” em Campo Grande, com a chegada de outros grupos criminosos que migraram para a capital após a Operação Omertà.

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