RÁDIOS
Campo Grande, 27 de abril

PT em pé de guerra

Camila Jara não consegue manter diálogo amistoso com Vander Loubet e Zeca; deputados querem retirá-la da disputa eleitoral em Campo Grande

Por Adilson Trindade, colunista CBN CG
12/02/2024 • 13h30
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O clima está pesadíssimo no PT. A deputada federal Camila Jara não é mais o nome de consenso para representar o partido na disputa pela Prefeitura de Campo Grande. Mas é a pré-candidata escolhida pelo partido no fim de 2023. Só que na virada do ano, ocorreu reviravolta no PT com o deputado federal Vander Loubet e o deputado estadual Zeca do PT defendendo aliança com Rose Modesto, do União Brasil, na corrida eleitoral na Capital. Rose é ex-deputada federal e atual superintendente da Sudeco.

Zeca considerou precipitada a escolha de Camila para disputar a prefeitura. Essa atitude dele e do Vander abriu uma fissura no PT. E não tem aval da direção estadual e municipal. Diante desse impasse, a decisão final ficará com a cúpula nacional do partido.

Camila sentiu o golpe. Ela vai recorrer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos ministros petistas do núcleo duro do Planalto para desmontar a articulação de Vander e Zeca.

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Ela reagiu com duras críticas às manobras dos companheiros petistas e pregou ser a hora de renovar as lideranças do partido. Para o bom entendedor, Camila quis dizer implicitamente que os dois seriam ultrapassados. Na verdade, Vander sempre foi um petista moderado. Zeca já era mais explosivo, radical. Hoje não é o mais Zeca de antigamente. A mudança de postura é evidente quando defendeu homenagem ao ex-presidente Michel Temer pelas obras da ponte da rota bioceânica, em Porto Murtinho. Zeca foi trucidado no partido, porque Temer é apontado não apenas como adversário político, mas de golpista pela queda da Dilma Rousseff, da Presidência da República.

Alheios às críticas de petistas, tanto Zeca quanto Vander acham  Rose Modesto a melhor opção para ganhar as eleições em Campo Grande. O partido poderia indicar o vice. Para construir essa aliança, Vander exige apenas uma declaração de apoio da Rose à reeleição de Lula, em 2026. Rose já está sendo aconselhada a não cair nessa conversa. Até pode aceitar o apoio sem o compromisso de se aliar a Lula. Esse gesto seria uma forma de quebrar a resistência ao nome dela no PT. Vander lembra que Rose faz parte do governo Lula por indicação do União Brasil. Portanto, tem o compromisso moral de apoiar a reeleição de Lula.

Mesmo com esse gesto, dificilmente vai acalmar Camila. Ela já não convive bem com Vander. Há uma história de bastidor sobre Camila colocar o dedo em riste diante de Vander no gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em frente a políticos de Mato Grosso do Sul. Na discussão, ela ameaçou levar Vander ao Conselho de Ética do PT.

Clique abaixo e assista a coluna Política em Destaque desta segunda-feira (12).

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