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Campo Grande, 16 de junho

Sylvia Cesco é a nova imortal da ASL

Escritora assumiu a Cadeira nº 37 da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras e destaca saberes femininos durante a posse

Por Redação CBN-CG
23/05/2024 • 15h30
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Saberes femininos importam”, afirmou a escritora Sylvia Cesco em trecho de seu discurso de posse como nova integrante entre os imortais da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, em solenidade realizada na noite dessa quarta-feira (22)

Sylvia assumiu a Cadeira nº 37, que anteriormente pertenceu a Francisco Leal de Queiroz, e prestou homenagem às mulheres acadêmicas da ASL. “As imortais aqui citadas e, agora eu, bem como todas as mulheres, estamos há muito tempo fazendo a diferença onde atuamos, nas funções que exercemos, nos cargos que assumimos”, proferiu.

A acadêmica empossada ainda destacou aos presentes que “não tomem esta minha afirmação como tolo e mero discurso, mas como a constatação devidamente reconhecida e comprovada da participação feminina”, ao citar importantes e saudosas personalidades para Mato Grosso do Sul como Maria da Glória Sá Rosa e Oliva Enciso, que já ocuparam cadeiras na ASL.

Ao final de seu pronunciamento, Sylvia citou ainda as origens indígenas de nossa região e um poema de sua autoria a respeito.

A acadêmica Marisa Serrano discursou em saudação oficial à nova imortal na ASL, e enfatizou que “o amor de Sylvia Cesco pela cultura veio de longe e impregnou toda a sua vida. A cultura vista como o relacionamento com o outro, o ser e estar no mundo, numa visão de liberdade, mas também de pertencimento a este mundo”. Para Marisa Serrano, “nos escritos de Sylvia estão as experiências trazidas do berço e consolidadas pelas alegrias e agruras da vida”.                                               

O presidente da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras, Henrique de Medeiros, ressaltou a importância de Sylvia Cesco na literatura do estado, bem como sua atuação de vida pela cultura e educação. Também destacou a presença feminina na ASL e a pluralidade da instituição em relação à origem e participação acadêmica de seus imortais.

Sylvia foi acompanhada, em sua entrada para a solenidade, pelos acadêmicos Américo Calheiros e Lenilde Ramos.

Pauta Cultural

Extremamente prestigiada, a solenidade de posse teve a apresentação artística de Clarice Maciel - cantora lirica, regente, mestre em Educação e Artes e professora de Canto e diretora do Centro de Arte Viva / escola livre de Música, Teatro e Artes Plásticas, interpretando o Hino Estadual, acompanhada por Simone Carvalho Gomes, pianista e regente graduada na Escola de Música e Belas Artes em Curitiba. 

O músico/compositor, empresário e produtor cultural Odon Nacasato apresentou músicas do nosso cancioneiro regional, de sua autoria e outras de Antônio Mário, Geraldo Ramon, Lenilde Ramos, Rubenio Marcelo e também Sulvia Cesco.

Sylvia Cesco 

Natural de Campo Grande (MS), Sylvia Cesco tem 78 anos. É graduada em Letras Neolatinas e posteriormente em Pedagogia, ambas pela pela Fucmat, atual UCDB. Tem pós-graduação pelo MEC-INEP/USP; especialização em Língua Portuguesa pela Universidade de Taubaté (SP); e Especialização em Roteiro para Rádio, TV e Vídeo pela ERTEL.

Sylvia é escritora com trabalhos principalmente como cronista e poeta, mas é também autora e diretora de peça de teatro, letrista de músicas, e foi roteirista-auxiliar do filme “Nasce uma Estrela”, sobre Glauce Rocha.

Profissionalmente, exerceu diversas atividades e ocupou cargos públicos nas áreas de educação e cultura. Foi representante da Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor em MS, órgão do Ministério de Assistência social, por oito anos; nesta gestão propôs a substituição da Política Nacional vigente de internação de crianças e adolescentes em situação de abandono, nos internatos tradicionais, pela de acolhimento em residências menores, as Casas-lares, projeto que lhe rendeu homenagem e reconhecimento do então MPAS.

Também participou da elaboração do ECA-Estatuto da Criança e do Adolescente; da implantação dos Conselhos Tutelares nas cidades de MS; e do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de Campo Grande. Prestou ainda assessoria à Fundação de Apoio ao Ensino e à Pesquisa de Mato Grosso do Sul (FAPEMS), ligada à Universidade Estadual (UEMS).

Seus livros publicados são: “Guavira Virou”; “Mulher do Mato”; “Sinhá Rendeira”; “Três Poetas uma Via: Aldravia” (em coautoria); “Ave Marias, Cheias de Raça”; “Histórias de Dona Menina”; “A Glória dessa Morena” (coautora e organizadora); “Amor e volezza - amor lncondicional” (em coautoria); "Vozes da Literatura" (em coautoria); “Palavras Pelo Correio” (coautora e organizadora) e “Um Palmo e Meio de Proseio”.

Participou de antologias: "Mato Grosso do Sul - 40 anos", "101 Reivenções para Manoel de Barros" e "Antologia de Autores de Mato Grosso do Sul". Possui publicações em Revistas literárias em vários Estados. Escreveu para o Jornal "Correio do Estado" até 2021, e atualmente escreve para o Jornal "O Estado de MS" e para o Blog "Cultura é sobrevida de um povo", de Alex Fraga. 

Sylvia apresentou, prefaciou e posfaciou obras de vários escritores e poetas de MS. Foi selecionada e premiada em Concursos Literários regionais e nacionais. Escreveu e dirigiu as peças de teatro: Emitê emite", elaborada com textos de poetas regionais (Manoel de Barros e Alceste de Castro Lobivar Matos), nacionais e internacionais, e “As Mãos São Ferramentas de Deus”, com versos de Fernando Pessoa.

Também participou como intérprete e/ou jurada de vários Festivais de Música de Campo Grande, e foi Coordenadora da Comissão da Área de Cultura por ocasião dos festejos do Centenário de Campo Grande. 

Há mais de duas décadas, Sylvia é voluntária na Associação Pestalozzi de Campo Grande, com foco na inclusão de atividades literoculturais de nossos artistas e escritores aos alunos da Escola "Raio de Sol".

Foi Presidente da UBE-União Brasileira de Escritores, sob cuja gestão criou a Revista Literária Piúna.

A Academia Sul-Mato-Grossense de Letras
 

Alguns dos importais da Academia Sul-Mato-Grossense de LetrasAlguns dos imortais da ASL após a posse de Sylvia Cesco (acima, ao centro)

A ASL completou 52 Anos e possui 40 Cadeiras vitalícias - aos moldes da ABL - ocupadas pelas mais importantes e destacadas personalidades literoculturais de Mato Grosso do Sul.

Fundada pelos escritores Ulisses Serra, Germano de Souza e José Couto Pontes em 1971, a instituição, inicialmente, teve o nome de Academia de Letras e História de Campo Grande, que predominou até final de dezembro de 1978, quando foi instalado o Estado de Mato Grosso do Sul e foi transformada em Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL).

Referência cultural em MS, a ASL tem marcante história na defesa da língua portuguesa e no cultivo da arte literocultural. Mais informações sobre a ASL e seus acadêmicos encontram-se no site www.acletrasms.org.br .

*Com informações da assessoria da ASL

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