RÁDIOS
Paranaíba, 30 de abril

Um ano após feminicídio, família de Regiane aguarda Justiça

A mãe disse à reportagem que a dor não cicatriza

Por Talita Matsushita
05/10/2020 • 15h33
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Um ano após o feminicídio de Regiane Rodrigues Araújo e homicídio de Fernando Enrique Freitas, mortos a tiros pelo policial militar ambiental Lucio Roberto Queiroz Silva, a família ahurda por Justiça. Conforme o Ministério Público, o Tribunal do Júri não tem data para ocorrer, mas espera-se que seja em breve. Lucio continua preso no Presídio Militar em Campo Grande.

A mãe disse à reportagem que embora tenha se passado 365 dias, parece que tudo aconteceu ontem e a dor não cicatriza. Os filhos de Regiane moram com a avó. "É um dia muito difícil para todos nós", disse. Em rede social a mãe disse que nunca esquecerá da filha. 

"Hoje mais um dia de dor imensa relembrar de tudo o que aconteceu com você nos trás tantas lembranças boas de você alegre feliz outras triste mas era a vida hoje já faz um ano que você foi arrancada de nós de uma forma cruel e covarde mais sei que está no céu brilhando em forma de estrela sei que ai você encontrou a felicidades só nos resta conformar com a sua partida sei que Deus acolheu você amamos você e nunca o esqueceremos quanta saudades", postou.

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Lucio vai ao Júri, por ser crime contra a vida e que causou demasiada comoção social. Pela lei, crimes dessa natureza, devem ser julgados pela própria sociedade, já que está é a mais prejudicada e atingida nesses casos.

O caso

As investigações apontam que Lúcio matou o casal após descobrir um suposto relacionamento entre a esposa, Regianni Rodrigues Araújo, na época com 32 anos e o corretor de imóveis, Fernando Enrique Freitas, que tinha 31.

Os crimes foram cometidos no dia 5 de outubro de 2019 em frente de familiares de ambos, inclusive do filho de Lúcio e do pai dele, que tentou impedi-lo de matar a esposa, sem sucesso.

Conforme o Ministério Público, no dia dos crimes, por volta das 20h, o policial foi até uma residência onde estava o corretor de imóveis e matou-o, “por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima”. Fernando dormia no sofá da casa da sogra quando foi morto.

Após esse assassinato, o réu foi até outra residência, casa dos pais dele, e matou a esposa, também “por motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e por razões da condição do sexo feminino”.

O policial e a esposa viveram juntos por 12 anos, enquanto o corretor de imóveis era casado também, tendo convivido com a esposa por cinco anos. No dia dos crimes, o corretor e a mulher estavam na casa dos pais dela, em uma reunião familiar, enquanto o policial e a esposa participavam de outra confraternização, na casa dos pais dele.

No final da tarde, depois de ingerir bebida alcoólica, o corretor deitou-se para descansar no sofá da sogra e, antes de dormir, desbloqueou o celular para sua mulher fazer uma ligação. Enquanto usava o celular do marido, chegaram mensagens por um aplicativo de conversa, sendo estas encaminhadas pela mulher do policial.

A mulher do corretor respondeu como se fosse ele, imaginando que ambas as vítimas mantinham caso extraconjugal. A seguir, a mulher entrou em contato com o policial e enviou a ele os prints da conversa.

O policial questionou a esposa sobre a possível infidelidade, mas ela negou. Então, ele foi até a residência onde o corretor estava, desceu do carro armado de uma pistola .40, de propriedade da Polícia Militar.

Na frente da casa estavam a sogra do corretor, a mulher com sua filha menor no colo e uma amiga – ambas tentaram impedir sua entrada, ao perceber a intenção, mas não conseguiram impedir.

O policial encontrou o corretor deitado no sofá, de costas para a porta, e o acertou com um chute violento, exigindo que pegasse o celular, e repentinamente atirou na vítima que, mesmo atingido, tentou fugir. O réu perseguiu o corretor e atirou mais quatro vezes, matando-o.

De volta ao local onde estava com a esposa, o policial disse que matou o corretor e faria o mesmo com ela. Ele apontou a arma e atirou seis vezes, matando-a. Antes de atirar, o policial obrigou o filho do casal a entrar em um dos quartos, entretanto o garoto não só ouviu tudo como, após o assassino deixar a local, viu a mãe morta no sofá da casa. Após os crimes, o réu deixou a arma usada nos assassinatos e fugiu com o carro dos pais.

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