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Após 13 dias de estiagem, chuva de 20 mm devolve umidade satisfatória ao solo em Dourados, aponta Embrapa

O mês de dezembro é estratégico para a cultura da soja em Dourados / Foto: Arquivo/Hedio Fazan/Reprodução
O mês de dezembro é estratégico para a cultura da soja em Dourados / Foto: Arquivo/Hedio Fazan/Reprodução

Depois de 13 dias sem registro de chuva, Dourados voltou a receber uma precipitação significativa nesta segunda-feira (2). Ao todo, 20 milímetros foram acumulados na região, volume suficiente para alterar o status da umidade do solo — que passou de insatisfatório para satisfatório, conforme o monitoramento da Embrapa Agropecuária Oeste.

A melhora ocorre em um período considerado crítico para as lavouras de verão no sul de Mato Grosso do Sul. A maior parte das áreas de soja está em pleno crescimento vegetativo, com muitas lavouras entrando no início do florescimento, fase que exige alta disponibilidade hídrica para garantir expansão foliar, formação de nós e definição inicial do potencial produtivo.

Segundo agrônomos consultados, a estiagem dos últimos dias já começava a preocupar produtores, sobretudo nas áreas de solo mais arenoso, onde a capacidade de retenção de água é menor. “Esse volume não resolve toda a necessidade, mas é suficiente para retirar a planta do estresse no curto prazo e manter o ciclo evoluindo de forma adequada”, apontam técnicos da região.

Importância técnica da chuva de dezembro

O mês de dezembro é estratégico para a cultura da soja em Dourados. A ausência de chuva nesse período pode causar:
• Redução do crescimento vegetativo;
• Limitação do desenvolvimento radicular;
• Desuniformidade entre talhões;
• Comprometimento da formação das primeiras flores e vagens.

A chuva registrada nesta segunda-feira atua como uma “reposição emergencial”, garantindo que as plantas mantenham metabolismo ativo e evitando perdas irreversíveis no potencial produtivo da safra.

Chuva prevista para esta semana deve reforçar recuperação

Modelos meteorológicos indicam novos episódios de chuva ao longo desta semana, o que pode consolidar a recomposição hídrica do perfil do solo — algo essencial para sustentar a fase reprodutiva da soja e preparar o ambiente para o planejamento do milho safrinha.

Se as previsões se confirmarem, técnicos afirmam que a região deve entrar em uma janela mais segura, uma vez que a demanda hídrica das plantas aumenta progressivamente até janeiro.

Produtores retomam otimismo

Após quase duas semanas consecutivas de tempo seco e altas temperaturas, a chuva trouxe alívio para agricultores que já avaliavam impactos potenciais de uma estiagem prolongada. “Agora a expectativa é que o regime hídrico volte à normalidade para garantir um desenvolvimento uniforme da safra”, comentam produtores locais