Veículos de Comunicação

MARCO TEMPORAL

Bloqueio no Anel Viário de Dourados continua sem previsão de liberação

Bloqueio foi retomando na manhã desta sexta-feira (12) / Foto: Polícia Rodoviária Federal/ Divulgação
Bloqueio foi retomando na manhã desta sexta-feira (12) / Foto: Polícia Rodoviária Federal/ Divulgação

Indígenas continuam com o bloqueio no Anel Viário de Dourados, entre a Avenida Guaicurus e a MS-156. O protesto foi iniciado na tarde de ontem e seguiu até o início da noite. Já às 7h desta sexta-feira (12) o bloqueio foi retomado e sem previsão de liberação.

Além do trecho entre a Avenida Guaicurus e a Rodovia MS-156, os manifestantes também bloquearam as entradas de acesso à Aldeia Bororó e ao bairro Monte Carlo.

Todos esses pontos de bloqueio são no Anel Viário, próximo à área de retomada. Nos pontos de acesso à Aldeia e ao Monte Carlo não há manifestantes, apenas objetos como madeiras e pedras, para impedir que os veículos acessem o bloqueio na Avenida Guaicurus.

A atenção deve ser redobrada no local, devido à presença constante de crianças e animais de estimação junto aos manifestantes.

Veículos de passeio estão retornando e pegando rotas alternativas. Forças policiais estão no local e orientam aos motoristas de veículos pesados, como caminhões e carretas, a retornar e seguir pela BR-163 até a Penitenciária Estadual de Dourados (PED), pegar o Anel Viário Norte, para acessar a Rodovia MS-156, uma vez que esse tipo de veículo é proibido de trafegar dentro do perímetro urbano.

Conforme o RCN67 havia informado anteriormente, o bloqueio acontece como forma de protesto contra a votação do Marco Temporal, que restringe a demarcação de terras indígenas apenas aos territórios ocupados por povos originários na data da promulgação da Constituição Federal, em 5 de outubro de 1988. Alguns manifestantes da comunidade indígena de Dourados estão com cartazes contrários ao Marco Temporal.

Votação
O Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou nesta quinta-feira (11), a fase de sustentações das partes envolvidas em quatro processos que tratam do marco temporal para demarcação de terras indígenas. Com o encerramento, a fase de votação dos ministros ficará para 2026, em uma data que ainda será definida.

A partir do próximo dia 20 de dezembro, a Corte vai entrar no período de recesso e retomará os trabalhos em fevereiro do ano que vem. Já estava previsto que os ministros não iriam realizar a votação. O procedimento passou a ser adotado pela Corte durante a gestão do ex-presidente Luís Roberto Barroso.

Ainda de acordo com a Agência Brasil, com o mecanismo, os ministros ouvem os argumentos apresentados pelas partes e proferem os votos em uma nova sessão. Dessa forma, membros da Corte podem refletir sobre as argumentações das defesas. A medida é usada em julgamentos de grande relevância para o país.

Reserva de Dourados
Dourados abriga a maior reserva indígena urbana do Brasil, com cerca de 20 mil residentes, população superior à registrada em 42 dos 79 municípios sul-mato-grossenses. O bloqueio ocorre em uma área cercada por ocupações surgidas justamente após 1988, conhecidas como retomadas, vizinhas à aldeia Bororó.