A Fibria concluiu a negociação com credores para a elevação dos limites de endividamento definidos na captação de R$ 2,5 bilhões em financiamento para exportação, valor que corresponde a 22% de sua dívida líquida.
De acordo com comunicado ao mercado divulgado pela fabricante de papel e celulose, não houve a necessidade de aumento dos juros pagos pelo empréstimo para efetuar a renegociação.
A empresa não informou qual o novo limite de alavancagem previsto no contrato. No comunicado, afirmou apenas que os novos patamares foram definidos "em níveis resilientes a cenários de estresse".
Com cerca de 90% de suas dívidas denominadas em moeda estrangeira, os resultados da Fibria são bastante sensíveis à variação do dólar.
No terceiro trimestre, quando a cotação da moeda americana aumentou 19%, para R$ 1,88, o resultado financeiro da empresa foi negativo em R$ 2 bilhões, contra receitas financeiras de R$ 277 milhões nos três meses anteriores.
Com isso, a relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia passou de 3,0 vezes para 4,1 vezes, estourando o limite de 4 vezes estabelecido pelo contrato do empréstimo em questão.
Ontem, o dólar encerrou o dia estável, cotado a R$ 1,85. Para o fim do ano, a média dos agentes de mercado questionados pelo Banco Central na Pesquisa Focus aponta para uma cotação de R$ 1,81.