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Parceria do Misto vira caso de polícia

Jogadores e comissão técnica foram desalojados e ficaram, ontem, sem comida; patrocinador não teria honrado contratos

Atletas que teriam contrato com Fábio Silva registraram a ocorrência na Delegacia de Polícia, ontem - Claudio Pereira
Atletas que teriam contrato com Fábio Silva registraram a ocorrência na Delegacia de Polícia, ontem - Claudio Pereira

A situação do Misto Esporte Clube vai de mal a pior, o time agora virou caso de polícia. Jogadores, comissão técnica e prestadores de serviço foram até a Delegacia de Polícia de Três Lagoas, nesta sexta-feira, registrar um boletim de ocorrência contra o principal patrocinador da equipe, a FHS Engenharia. 
Atletas e comissão técnica ficaram desalojados e sem alimentação porque as empresas contratadas por Fábio Henrique da Silva, que se apresenta como dono da FHS, deixaram de atender a equipe por falta de pagamento. 
Nesta semana, o presidente do time, Jamiro Rorigues, o Miro, dispensou jogadores que teriam sido contratados por Fábio porque o Misto não iria arcar com as despesas. 
Mesmo assim, a maioria resolveu permanecer. Na quinta-feira, todos foram informados pelo hotel de que os serviços seriam cortados por falta de pagamento. Com hotel, restaurante, condomínio e transporte, o patrocinador possui dívida de  dívida de aproximadamente R$ 50 mil. Entre credores, Fábio Silva é chamado de “golpista”.

JOGADORES 
O atacante Cloves Santana, de Osasco (SP) e que veio do Sport (BA), foi à delegacia prestar depoimento. “Negociei com ele e até assinei contrato via e-mail já faz um tempo, e agora acontece isso”, disse o jogador, que não sabia onde iria dormir..
O volante Luiz Maciel, de São Paulo, disse que não sabia o que fazer para voltar. “Ficaram de reembolsar o que gastamos para chegar aqui. Não recebemos nada até agora, nem salário. Não tenho dinheiro para ir embora. Vou pedir ajuda à minha família”, revelou.
Dion Henrique, de Marília, disse ter assinado um pré-contrato no dia 12 de dezembro. O jogador, que disputou Champions League e tem várias passagens por times da Europa, estava indignado. “Isso foi uma palhaçada! Jogadores experientes terem de passar por isso, demonstra a falta de profissionalismo no Brasil. Por isso, o país está ficando para trás”, disparou. 
Luiz Holmes era um dos mais inconformados. “Triste ter que chegar a esse ponto. Vim com os jogadores e comissão porque tenho que dar um apoio. Também não quero mais vínculo com o Fábio. O mais triste é saber  que o nível de jogadores que vieram para o Misto não se encontra no Estado. É um elenco montado para ser campeão. Mas, infelizmente aconteceu isso”, lamentou.