Se na área desportiva o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo já sofreu um gancho forte – nove meses de suspensão no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) -, agora ele terá de se defender de uma acusação do Código Penal.
Ontem o promotor Paulo Castilho revelou ao site Gazetaesportiva.Net que solicitou a abertura de um inquérito por causa das fortes palavras do dirigente contra o árbitro Carlos Eugênio Simon. “Já requisitei junto a abertura de um inquérito. O artigo 286 do Código Penal fala sobre incitação à violência.
A apuração dos fatos deve durar entre três e seis meses”, disse o promotor.
A “briga” entre Belluzzo e Simon ocorreu após a partida entre Fluminense e Palmeiras, no Maracanã. Irritado com o gol anulado de Obina, o dirigente chegou a falar que partiria para a agressão contra Simon. O artigo 286 do Código Penal diz: “Aquele que, em reunião pública, através de meio de comunicação social, por divulgação de escrito ou por outro meio de reprodução técnica, provocar ou incitar à prática de um crime determinado é punido com pena de prisão até três anos ou com pena de multa, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal”. Em relação à recente polêmica de Belluzzo, que foi flagrado em um vídeo cantando “vamos matar os bambis”, em alusão ao rival São Paulo, Paulo Castilho promete uma apuração, mas reconhece o sentido de brincadeira da parte do dirigente alviverde.
“Tenho certeza de que ele não falou por maldade, mas, como uma pessoa pública, o Belluzzo deveria ter tomado cuidado. Trata-se de uma pessoa muito educada, com o nível cultural elevado. Eu fico muito triste em ouvir isso”, afirmou. “As palavras dele no vídeo também caberiam uma denúncia no artigo 286, só que, como ele já alegou que falou em tom de brincadeira, dificilmente haveria uma condenação. No caso do Simon, é diferente. O Belluzzo falou depois do jogo e confirmou no dia seguinte”, completou o promotor público.
Pela provocação de Belluzzo aos são-paulinos, Paulo Castilho teme por problemas no futuro entre torcedores. “As coisas estavam indo muito bem neste semestre, tivemos problemas apenas com alguns corintianos. Agora terei de reunir os torcedores do São Paulo e apagar esse incêndio”, lastimou. Junto com o inquérito aberto pela promotoria pública, Belluzzo também será obrigado a enfrentar os processos abertos pelo próprio Simon, que alegou ter a honra ofendida com as palavras do presidente alviverde.