
O ano de 2025 termina marcado por indefinições partidárias em Mato Grosso do Sul. Várias legendas políticas enfrentam dificuldades de crescimento e risco de extinção no Estado, em meio à cláusula de barreira e ao desinteresse de candidatos estratégicos em disputar o Governo em 2026.
Partidos como PSD, MDB, Republicanos e PSDB concentram suas atenções nas movimentações do governador Eduardo Riedel (PP), cujas decisões influenciarão diretamente o tamanho e a representatividade das siglas nas eleições estaduais e federais. Essas legendas dependem do grupo governista para receber indicações de candidatos, uma estratégia que pode determinar sua sobrevivência política no Estado.
O MDB, tradicionalmente forte, mantém hoje uma das melhores coligações para deputado estadual, contando com nomes como André Puccinelli, Eduardo Rocha e o trio de deputados estaduais Renato Câmara, Júnior Mochi e Márcio Fernandes. Contudo, caso a senadora Simone Tebet decida concorrer ao Senado, o partido corre o risco de perder parte significativa de seu capital político, reduzindo de quatro a cinco eleitos para apenas dois.
O PSD também está condicionado às definições do grupo governista. Com apenas o deputado Pedrossian Neto como pré-candidato a deputado estadual, a sigla depende do apoio do vice-governador Barbosinha e do senador Nelsinho Trad para manter-se relevante. Esse cenário limita o crescimento do partido na próxima legislatura.
Já o Republicanos, que possui apenas o deputado estadual Antônio Vaz, depende do aval do grupo governista para expandir sua base e atrair o trio de deputados atualmente no PSDB. O PSDB, que já foi a maior força política do Estado, encerra o ano em franco enfraquecimento. Sustentado principalmente por vereadores que não podem migrar de legenda antes de 2028, o partido corre o risco de perder seus seis deputados estaduais e enfrenta incerteza sobre seus representantes federais.
Outras siglas como PSB e Podemos também enfrentam desafios. O PSB possui apenas o deputado estadual Paulo Duarte e vê sua base enfraquecer, enquanto o Podemos, com a senadora Soraya Thronicke e o deputado Rinaldo Modesto, sofre com divisões internas e a possível saída de filiados-chave.
Especialistas apontam que 2026 será um ano de rearranjos políticos em Mato Grosso do Sul. A combinação de cláusula de barreira, dependência do grupo governista e a falta de candidatos fortes nos partidos menores pode redefinir o mapa político do Estado e até levar algumas legendas a desaparecerem completamente.