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Expansão

Setor florestal avança e MS projeta 2,5 milhões de hectares plantados

Setor florestal se consolida como um dos pilares da economia sul-mato-grossense, impulsionando investimentos, empregos e desenvolvimento

Estado amplia área de eucalipto e reforça liderança florestal
Estado amplia área de eucalipto e reforça liderança florestal

O setor florestal de Mato Grosso do Sul entra em uma nova fase de expansão. Dados recém-reavaliados pelo governo estadual mostram que a área plantada de eucalipto atingiu 1,88 milhão de hectares, com projeção de chegar a 2,5 milhões nos próximos anos. A informação foi confirmada pelo secretário estadual de Desenvolvimento, Jaime Verruck, durante o Evento Regional da Expedição da Silvicultura, realizado nesta semana em Três Lagoas, um dos principais polos da cadeia de base florestal do país.

Segundo o secretário, o avanço das plantações reflete a consolidação de Mato Grosso do Sul como uma das principais fronteiras florestais do mundo. “O Estado é hoje uma referência global em silvicultura. Temos um horizonte de seis anos de grandes investimentos com a entrada em operação e ampliação das fábricas da Arauco, Bracell e Eldorado Brasil”, disse Verruck.

A nova medição das áreas plantadas, concluída nesta semana, reforça o papel estratégico da Costa Leste do Estado, região que concentra os maiores volumes de produção e atrai novas indústrias do setor de celulose.

Gargalos
Apesar da expansão, o governo reconhece que a infraestrutura ainda é um dos principais desafios. A expectativa é de que, até novembro, o governador Eduardo Riedel (PP), assine o contrato de concessão da Rota da Celulose, projeto que prevê investimentos de R$ 10 bilhões em rodovias estratégicas, incluindo trechos das BRs-262, 267 e MS-040, para facilitar o escoamento da produção florestal. As obras devem começar já em fevereiro de 2026.

A malha ferroviária também está no centro das discussões. A relicitação da Malha Oeste, hoje sob gestão da Rumo, deverá incluir o anel ferroviário de São Paulo, em um projeto estimado em R$ 18 bilhões. A intenção é melhorar a conexão com o Porto de Santos, que concentra a exportação de celulose produzida no Estado. “Essa ferrovia é fundamental, não só para o setor florestal, mas para a competitividade de toda a economia sul-mato-grossense”, destacou Jaime Verruck.

Cadeia produtiva
Além da expansão industrial e logística, o governo também confirma a chegada de novos empreendimentos associados à economia de baixo carbono. Um deles é a instalação de uma fábrica de hidrogênio verde em Inocência, com investimento de mais de R$ 300 milhões. A planta, conforme Verruck, vai atender diretamente a fábrica de celulose da Arauco e fornecer para outras indústrias da região, ampliando o adensamento da cadeia florestal.

Para o diretor-executivo da Reflore/MS, Benedito Mário, o avanço do setor representa um novo ciclo de desenvolvimento regional. “O Estado vive uma expansão sem precedentes. A área plantada deve superar 3 milhões de hectares, e o Mato Grosso do Sul tende a se tornar o maior produtor de celulose do mundo na próxima década”, afirmou.

O diretor ressalta que o crescimento não se limita à produção industrial, mas também estimula a geração de empregos e a interiorização de investimentos. “As fábricas trazem renda, infraestrutura e capacitação. O impacto é perceptível em municípios como Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo, que se transformaram em polos de desenvolvimento”, destacou.