O presidente da Câmara de Paranaíba, Maycol 'Doido' Queiroz (PDT), ocupou o tempo de seus colegas, na tribuna, durante sessão realizada nesta segunda-feira (29), para justificar o pagamento de diárias aos vereadores. O discurso foi feito após reportagem do Jornal do Povo sobre gastos do Legislativo com viagens de parlamentares para cidades dentro e fora de Mato Grosso do Sul.
Recordando ter sido o vereador mais votado da cidade nas eleições de 2012, com 1.664 votos, e por ter liderado a bancada do PDT, Maycol reclamou: “Eu vou fazer valer os meus direitos por ter liderado a bancada e, agora quando preciso de tempo, só vem essa mixaria”, disse sem explicar se a reclamação era quanto ao tempo que poderia usar a tribuna ou sobre valores recebidos da Câmara para viagens. Três vereadores da bancada do PDT cederam o tempo de 5 minutos cada ao presidente da Casa.
Maycol Doido fez uma retrospectiva da instituição do pagamento de diárias na Câmara, na época do ex-presidente Jalmir Modesto (2008/2009) e revelou valores de diárias pagas a desafetos políticos. Misturou críticas sobre hábitos pessoais do prefeito Diogo Tita (PPS), com insinuações de que os gastos com o pessoal efetivo e comissionados na Câmara, de R$ 3 milhões, publicados no Portal da Transparência, se referem políticos ligados a ele, sem citar nomes.
O presidente do Legislativo subiu o tom e apontou para fotos dos ex-presidentes da Casa, afixados no plenário, e disparou: “Será que a maioria deles fez alguma coisa por Paranaíba?”, indagou. O vereador concentrou fogo no atual secretário de governo e defensor público, Andrew Robalinho.
E também citou questões pessoais, como seu movimento bancário. “Peguei 140 talões de cheque e nunca voltou nenhum cheque meu (sic)”.
Maycol Doido frisou que reduziu os valores das diárias no início desta legislatura, segundo ele, congelados nos últimos sete anos.
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Também fez referência ao trabalho jornalístico da Radio Cultura FM – 106,3 MHZ – emissora do Grupo RCN de Comunicação, na cidade. E considerou “futrica” reportagens sobre diárias pagas em 2015.
“Não tenho medo do assunto. Lá atrás intimidava, não me intimida (sic)”, gabou-se o vereador que, só no ano passado, recebeu R$ 64.152,00 para 22 viagens a Campo Grande e a Brasília. E reclamou que a prefeitura não quer emitir alvará para que possa iniciar a construção de um novo plenário para a Câmara. "O maior plenário do Bolsão de Mato Grosso do Sul,, com 205 lugares”, argumenta.
O vereador assegura que suas viagens foram comprovadas, embora não divulga nada a respeito na internet, onde mantém um diário de sua vida política. “Só coloco )…) para o Tribunal de Contas. Ele [o tribunal] que tem que averiguar meus gastos (sic)”, disse.
O presidente da Casa também ironizou a falta de moradores que fariam um buzinaço no início da noite da segunda-feira, para protestar contra pronunciamento do vereador José Souto da Silva, o Zé Carioca (PSDB) que, na sessão da semana passada, chamou de “vagabundos” críticos de vereadores, especialmenrte em redes sociais.
O episódio teve repercussão imediata. A Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil em Paranaíba enviou ofício à Câmar com pedido de esclarecimentos. O plenário rejeitou o pedido por unanimidade após o vereador tucano retratar se e pedir desculpas.
