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DETERMINAÇÃO E EXEMPLO

Ex-aluna da rede pública de Paranaíba lança aplicativo de combate à violência contra mulher

Das salas de aula das escolas Gustavo e José Garcia, a advogada e policial Priscila Guimarães se destaca nas redes sociais e viaja o Brasil ministrando palestras e apresentando plataforma de proteção à mulher

Da infância nas escolas públicas para a Polícia Civil, advocacia, plataformas digitais e auditórios do Brasil - Foto: Rede Social Priscila Guimarães
Da infância nas escolas públicas para a Polícia Civil, advocacia, plataformas digitais e auditórios do Brasil - Foto: Rede Social Priscila Guimarães

Uma ex-aluna da rede pública de ensino de Mato Grosso do Sul desenvolveu um aplicativo de combate à violência contra mulher. Priscila Ferreira Guimarães, hoje advogada e escrivã de Polícia Civil do Estado de São Paulo, concluiu o ensino fundamental na extinta Escola Municipal Gustavo Rodrigues da Silva e ensino médio na Escola Estadual José Garcia Leal, posteriormente se formando em Direito na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), no município de Paranaíba.

Lotada na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) da cidade de Santa Fé do Sul (SP), a policial e operadora do direito tem se destacado nas redes sociais produzindo conteúdos de prevenção e combate à violência familiar. No Instagram, seus conteúdos ultrapassam a marca de 22 milhões de visualizações, com interações e comentários de personalidades como a cantora Sara Sheeva, filha da também cantora Baby do Brasil, ícone da música popular brasileira; Lili de Grammont, filha do cantor Lindomar Castilho, que, na década de 1980, matou a ex-esposa e mãe de Lili, a também cantora Eliane Grammont. Autoridades como a delegada de polícia e deputada estadual por Minas Gerais, Sheila Aparecida Pedrosa, conhecida como Delegada Sheila, entre outros políticos, também seguem e interagem nos conteúdos criados pela ex-aluna da rede pública de paranaibense.

Além de ministrar palestras e treinamentos para câmaras municipais, prefeituras, escolas, instituições e empresas de todo o Brasil, recentemente Priscila Guimarães desenvolveu um aplicativo que promete ajudar mulheres vítimas de violência doméstica: o aplicativo “Be Safe Mulher”.

Em conversa com a nossa redação, a criadora contou como surgiu a ideia do projeto:

“A ideia nasceu da minha vivência como policial e do contato direto com mulheres que sofrem violência, muitas vezes em silêncio. Eu percebi que muitas delas não sabiam identificar os sinais no começo do relacionamento, e outras tinham medo de pedir ajuda. Queria criar algo acessível, discreto e que pudesse orientar e ajudar essas mulheres antes que fosse tarde demais. O Be Safe Mulher é dividido em três partes principais: um teste com 25 sinais de alerta com ilustrações e linguagem acessível; o resultado do teste com o grau de risco do relacionamento de acordo com as perguntas respondidas pela mulher, e, um botão de pedir ajuda que direciona a mulher a uma lista de contatos com atendimento 24h. O app apresenta também um botão de compartilhamento, que pode enviar o resultado do teste para pessoas de confiança da mulher, caso ela queira. O Be Safe foi pensado por quem está na linha de frente. Ele foi construído a partir das dores reais das vítimas. Além de ser discreto e seguro, pois não expõe a mulher. Ela pode fazer tudo de forma silenciosa, sem que o agressor perceba.”

A policial também explicou sobre a escolha do nome do aplicativo:

“O nome Be Safe Mulher vem da expressão em inglês “be safe”, que significa “esteja segura” ou “fique em segurança”. Escolhi esse nome porque ele transmite, de forma direta, o que quero oferecer às mulheres: orientação! Pois, creio que o conhecimento protege e salva. A palavra “Mulher” foi colocada com orgulho, porque esse é um aplicativo feito por uma mulher para mulheres, pensado a partir das dores, medos e silêncios que tantas vivem todos os dias. Mais do que um nome, Be Safe Mulher é um convite para que as mulheres saibam reconhecer o perigo e possam se colocar em segurança.”

Sobre o objetivo da plataforma, Priscila afirmou que é salvar vidas:

“O meu maior objetivo é que nenhuma mulher precise passar anos sofrendo até entender que aquilo é violência. Quero que elas se sintam fortalecidas e orientadas. Se o Be Safe puder salvar uma vida, já valeu a pena. Mas, eu acredito que ele vai salvar muitas.”

Com quase uma década de atuação policial, ela falou sobre a motivação para mergulhar nesse universo de defesa da mulher, deixando também uma mensagem para elas:

“Atuo na Polícia Civil há quase dez anos. Durante esse tempo, acompanhei de perto a dor de muitas mulheres. Essa vivência foi essencial para entender como a violência começa, como ela se esconde e como ela se instala. Mas, principalmente, como ela pode ser prevenida. Foi dessa experiência que nasceu o Be Safe Mulher. A mensagem mais importante que posso deixar para todas as mulheres que estão vivendo em um relacionamento violento é: A culpa não é sua. Mas, a decisão de se proteger é. Portanto, cuide-se, proteja-se.”

O aplicativo está disponível para download no perfil do Instagram da criadora, advogada e policial Priscila Guimarães: @priguimaraes.defesadamulher