
Sete anos após o desaparecimento do adolescente Luiz Danilo Avalha Marques, então com 15 anos, a família ainda aguarda por respostas. Morador da zona rural do distrito de Alto Tamandaré, no município de Paranaíba (MS), Luiz Danilo foi visto pela última vez em 17 de abril de 2018. Desde então, buscas intensivas foram realizadas, um inquérito policial foi instaurado e diversas hipóteses levantadas — mas nenhuma pista conclusiva foi confirmada.
O caso segue em aberto e sem desfecho. A mãe do jovem, Mirele Katiane Avalha Benites, continua afirmando publicamente que acredita que o filho esteja vivo, embora possivelmente ferido ou desorientado, o que justificaria sua ausência por tanto tempo.
O início do desaparecimento
Luiz Danilo desapareceu após um suposto acidente com um trator na fazenda onde vivia com a família. De acordo com relatos, ele teria fugido para a mata com medo de uma possível bronca após o incidente. A região, de mata densa e difícil acesso, dificultou desde o início as operações de busca. Na época, uma equipe de reportagem da Rádio Cultura FM Paranaíba 106.3 MHz esteve no local, na casa da família, e comprovou a dificuldade para acessar a região.
No dia seguinte ao desaparecimento, uma mobilização foi iniciada com apoio do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, moradores locais, cães farejadores e suporte aéreo. Nos primeiros dez dias, vestígios como pegadas humanas, frutos mordidos, folhas trançadas em galhos e relatos de pegadas de onça foram verificados pelas equipes e familiares, mas nada levou ao paradeiro do jovem.


Investigação e hipóteses
A Polícia Civil instaurou inquérito ainda em abril de 2018. Todas as hipóteses foram consideradas: desorientação, fuga, acidente, ataque de animal silvestre ou uma crise de epilepsia — condição médica que o adolescente tratava com medicamentos controlados. A falta dos remédios, segundo a família, poderia agravar significativamente seu estado de saúde em caso de isolamento.
Apesar do uso de tecnologias como drones, helicópteros e cães especializados, e da coleta de depoimentos de testemunhas, nenhuma prova concreta foi encontrada. O delegado regional à época, Wallace Borges, informou que o serviço de inteligência seria acionado assim que o boletim de ocorrência fosse encaminhado corretamente entre as delegacias de Cassilândia e Paranaíba.
Desde então, não foram divulgadas novas fases de investigação nem informações forenses validadas oficialmente. Autoridades chegaram a desmentir boatos sobre a localização de ossadas ou supostos envolvimentos da família, o que apenas contribuiu para o desgaste emocional dos envolvidos.
Fé inabalável da família
Mesmo com o passar dos anos, a mãe de Luiz Danilo continua buscando respostas. Em entrevista recente ao Diário do Estado MS, em 16 de outubro de 2025, Mirele Benites reafirmou sua convicção de que o filho está vivo. Para ela, o motivo do não retorno seria uma possível desorientação física e mental causada por ferimentos ou pela ausência de medicação.
“Acredito que ele está machucado e desorientado. Não acredito que ele tenha ido embora por vontade própria”, disse Mirele, emocionada.
A família, que nunca interrompeu os apelos públicos e a participação em mobilizações, reclama da escassez de atualizações oficiais e da repetição de informações antigas na mídia, sem avanço investigativo.
Um caso cercado de desafios
O desaparecimento ocorreu em uma área com vegetação densa, presença de animais silvestres e córregos, o que, segundo especialistas, complica buscas prolongadas. Além disso, episódios de boatos e falsas pistas geraram frustrações, desvio de recursos e desgaste emocional à família e às autoridades.
Mesmo após sete anos, o caso continua sem conclusão. Até outubro de 2025, não há registro de localização, resgate, corpo identificado ou material forense vinculado diretamente a Luiz Danilo. O inquérito permanece oficialmente aberto, mas inativo em termos de novas diligências públicas.
Esperança e silêncio
O desaparecimento de Luiz Danilo Avalha Marques permanece como uma ferida aberta em Paranaíba. Para a mãe e demais familiares, a esperança resiste, apesar do silêncio das autoridades. A comunidade local também continua acompanhando o caso, em busca de uma resposta que possa encerrar, com verdade e justiça, um dos desaparecimentos mais misteriosos do estado.