
A situação na UTI neonatal do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul virou tema de alerta na Assembleia Legislativa. Durante a sessão, o deputado Pedro Kemp descreveu um cenário preocupante. Com as temperaturas passando de 40ºC nos últimos dias, o sistema de climatização do setor não funciona adequadamente. Recém-nascidos têm sido resfriados com compressas de água.

Além disso, o parlamentar destacou que a ambiência térmica é determinante para a estabilidade clínica dos bebês. Isso afeta principalmente aqueles em estado mais grave. Segundo ele, a equipe de enfermagem vem recorrendo a medidas paliativas para amenizar o calor. No entanto, a falta de ar-condicionado adequado aumenta o risco de estresse térmico e de infecções, o que coloca em risco a vida dos pacientes. Dessa forma, Kemp apresentou indicação cobrando providências urgentes da direção do hospital e da Secretaria de Estado de Saúde.
Logo em seguida, o deputado Zé Teixeira informou que já havia buscado uma resposta direta do governo. De acordo com o relato, o sistema central de climatização do Hospital Regional tem cerca de 30 anos. Ele utiliza refrigeração a água, tecnologia semelhante à que existia na própria Assembleia antes da troca completa do equipamento. Por isso, ele classificou a situação como grave, especialmente na UTI neonatal, e disse ter manifestado essa preocupação ao governador.
Resposta do Governo e Ampliação de Serviços
Ao responder, o governo sinalizou duas frentes. Primeiro, afirmou que a gestão do hospital deverá ser assumida por uma nova organização. Esta será responsável por uma solução estrutural definitiva para o sistema de climatização. Entretanto, diante da urgência, o governador teria se comprometido a autorizar a instalação de dois aparelhos provisórios de ar-condicionado. Estes atenderão o setor neonatal enquanto a transição não se concretiza.
Assim, o episódio escancarou uma contradição incômoda. Enquanto o estado investe na ampliação de serviços e defende melhorias na rede hospitalar, uma das unidades mais importantes convive com falhas básicas de infraestrutura. Isso ocorre justamente no setor que abriga os pacientes mais frágeis. Por isso, a expectativa dos parlamentares é que as medidas emergenciais anunciadas saiam do discurso e cheguem rapidamente às enfermarias. Isso evitará que o calor siga sendo mais um risco para os recém-nascidos internados.