
Mulheres de Campo Grande vão às ruas neste domingo (7), a partir das 13h (horário local), para denunciar o aumento dos feminicídios e protestar contra a violência de gênero.
O ato acontece na Avenida Afonso Pena, em frente ao Aquário do Pantanal, e insere a capital sul-mato-grossense em uma mobilização nacional que ocupa diferentes cidades brasileiras no mesmo dia.
Organização do evento
Organizadas por coletivos, movimentos sociais e organizações feministas, as participantes pretendem romper o silêncio em torno da violência contra a mulher e cobrar respostas mais firmes do poder público.
Além disso, as manifestantes querem chamar a atenção da sociedade para o direito das mulheres de viver com liberdade, respeito e segurança, sem medo dentro de casa, nas ruas ou no trabalho.
Sob o lema “Basta de feminicídio. Queremos as mulheres vivas”, o ato em Campo Grande ecoa o mesmo grito que será entoado em capitais e grandes centros do país.
Ao mesmo tempo, a mobilização local reforça que os casos de feminicídio e violência doméstica não são estatísticas distantes, mas uma realidade que atravessa bairros, famílias e relacionamentos em todas as regiões.
Outras Capitais envolvidas
Embora o foco seja o ato na Avenida Afonso Pena, a manifestação integra uma jornada nacional contra a violência de gênero. Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Manaus, Brasília, São Luís e Teresina, mulheres também se organizam em praças, avenidas e espaços públicos, o que amplia o alcance do protesto e fortalece a pressão por políticas mais efetivas de prevenção, proteção e punição.
A convocação do ato ocorre em meio a uma série de crimes recentes que chocaram o país. Entre eles está o assassinato da cabo do Exército Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, encontrada com o corpo carbonizado em Brasília, após a confissão do soldado Kelvin Barros da Silva.
Além disso, o caso de Tainara Souza Santos, que teve as pernas mutiladas depois de ser atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro, também se tornou símbolo da brutalidade.
Crimes Recentes e a Mobilização
Na mesma semana, duas funcionárias do Cefet-RJ foram mortas a tiros por um servidor da instituição, que se matou em seguida, evidenciando que a violência contra a mulher aparece em diferentes ambientes, inclusive em espaços de trabalho e estudo. Dessa forma, os casos recentes ajudam a explicar a urgência e o tom de denúncia da mobilização que chega às ruas de Campo Grande.
Os números reforçam essa sensação de emergência. Segundo o Mapa Nacional da Violência de Gênero, cerca de 3,7 milhões de mulheres brasileiras viveram um ou mais episódios de violência doméstica nos últimos 12 meses.
Em 2024, 1.459 mulheres foram vítimas de feminicídio, o que significa, em média, quatro assassinatos por dia motivados pelo fato de serem mulheres. Em 2025, o país já registra mais de 1.180 feminicídios e quase 3 mil atendimentos diários pelo Ligue 180, de acordo com o Ministério das Mulheres.
Ato em Campo Grande e o Apelo Nacional
Nesse contexto, o ato em Campo Grande também dialoga com o apelo recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por um grande movimento nacional contra a violência de gênero.
Ele cobrou dos homens uma mudança de postura e destacou que a cultura de agressão e controle sobre os corpos e as escolhas das mulheres precisa ser enfrentada.
Assim, a mobilização deste domingo na Avenida Afonso Pena se apresenta como uma resposta das ruas, que exige responsabilização, políticas públicas consistentes e proteção efetiva para que as mulheres possam, de fato, viver.
- Campo Grande
- Feminicídio
- RCN 67
- Adriano Hany
- Aquário do Pantanal
- ato contra feminicídios
- Avenida Afonso Pena
- Brasil
- direitos das mulheres
- feminicídio
- Grupo RCN
- manifestação em Campo Grande
- Mapa Nacional da Violência de Gênero
- Mato Grosso do Sul
- Ministério das Mulheres
- mobilização feminista
- protesto nacional
- RCN 67
- RCN67
- violência contra a mulher
- violência de gênero