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Três Lagoas

Funcionários da Anvisa são presos durante operação da Polícia Federal

Operação aconteceu em São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul

Sete pessoas foram presas durante uma operação da Polícia Federal, na manhã desta terça-feira (11), que tinha como objetivo desarticular grupos criminosos formados por empresários, despachantes aduaneiros e servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que agiam ilegalmente em processos de licenças de importação e liberando produtos sem fiscalização adequada.

Segundo a Polícia Federal, as prisões foram feitas em Santos (4), São Vicente (1), Guarujá (1) e Praia Grande (1). Três pessoas detidas são funcionários da Anvisa, enquanto os outros são ex-servidores, despachantes aduaneiros e empresários. "A falta de fiscalização acarreta um prejuízo para a população, que consome produtos que não se sabe se possuem certificados", comentou Rodrigo Teixeira, coordenador de segurança institucional da Anvisa.

Durante a manhã os policiais federais chegavam a todo momento na sede do órgão, no Centro de Santos, carregando caixas e computadores. A polícia acredita que grande parte dessa mercadoria era composta por suplementos alimentares, porém, não estão descartados produtos comésticos e até medicamentos.

De acordo com o delegado Jorvel Eduardo Veronese, responsável pela investigação, também foram identificados que determinados certificados de livre prática, que autorizam a atracação de navios no Porto de Santos, eram emitidos sem a devida fiscalização. A investigação começou em fevereiro de 2014 e foi batizada de 'Operação Saga' por causa do sistema de informática, denominado Sagarana, utilizado pela ANVISA para a automação das fiscalizações em portos, aeroportos e fronteiras. "Os suspeitos recebiam, a princípio, benefícios financeiros para fazer a liberação de produtos. Eles chegavam a ganhar R$ 3 mil por cada uma das liberações ilegais", afirma.

Durante a operação, além das pessoas detidas foram apreendidos até o momento US$ 15 mil, R$ 60 mil, aparelhos eletrônicos e documentos. Segundo a polícia, o foco da operação foi no Porto de Santos, já que 1/3 do comércio brasileiro passa por lá. "Essas pessoas facilitavam a entrada de produtos. O prazo normal para análise é de 14 dias. Tinhamos protocolos após o expediente. Sem falar da liberação automática. Também foram encontrados certificados falsos. Essas pessoas facilitavam o trabalho furando fila", afirma o delegado.

Os suspeitos poderão responder por crime de corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e violação de sigilo. "Cada caso será analisado separadamente. Ainda não podemos dimensionar o quantidade do que foi apreendido, somente com o fim da investigação teremos essa resposta. Pode até ser que esses produtos sejam regularizados, mas havia uma facilitação irregular para entrada deles e quem cumpre as regras é prejudicado", disse Teixeira.

Na manhã desta terça-feira, cerca de 130 agentes, sendo 100 deles somente na região, participaram da 'Operação Saga' para cumprir sete mandados de prisão preventiva, 11 mandados de condução coercitiva e 22 mandados de busca e apreensão, determinados pela Justiça Federal, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Campo Grande, Santos, São Vicente, Praia Grande eGuarujá.

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