A pesquisa “Benefícios econômicos da expansão do saneamento básico”, lançada pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que aproximadamente 57% dos brasileiros ainda não têm acesso à rede de esgoto. O estudo revela que a implantação de tratamento de esgoto melhora a qualidade de vida dos trabalhadores, já que aumenta sua produtividade, renda e valoriza os imóveis.
Para o presidente da instituição, André Castro, o Brasil evoluiu no saneamento básico, porém, ainda está longe do recomendável. “A evolução do setor é inquestionável, mas o déficit continua. Os investimentos precisam se crescentes para reduzir o número de brasileiros que ainda não tem acesso ao saneamento básico”, observou.
A pesquisa revela ainda que, por ano, 217 mil trabalhadores precisaram se afastar de suas atividades devido a problemas gastrointestinais ligados à falta de saneamento. A cada afastamento o trabalhador perde 17 horas de trabalho em média.
A probabilidade de uma pessoa com acesso a rede de esgoto faltar as suas atividades por diarreia é 19,2% menor que uma pessoa que não tem acesso à rede. Considerando o valor médio da hora de trabalho no país de R$ 5,70 e apenas os afastamentos provocados apenas pela falta de saneamento básico, os custos chegam a R$ 238 milhões por ano em horas-pagas e não trabalhadas.
Por outro lado, ao ter acesso à rede de esgoto, um trabalhador aumenta sua produtividade em 13,3% permitindo assim o crescimento de sua renda na mesma proporção. A estimativa é que a massa de salários, que hoje gira em torno de R$ 1,1 trilhão, se eleve em 3,8%, provocando um aumento na renda de R$ 41,5 bilhões por ano.