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Entrevista

Vereador explica proposta de Parceria Público-Privada para Lagoa Maior e balneário

Proposta reacende debate sobre modelo de gestão do turismo em Três Lagoas e divide opiniões na cidade

Segundo Jurado, a ideia não prevê cobrança pelo acesso à Lagoa Maior-  Foto: Antônio Luiz/RCN 67.
Segundo Jurado, a ideia não prevê cobrança pelo acesso à Lagoa Maior- Foto: Antônio Luiz/RCN 67.

A ampliação da atividade turística em Três Lagoas foi tema de discussão recente na Câmara Municipal. O vereador Fernando Jurado levou ao plenário a proposta de estabelecer uma parceria público-privada para gestão da Lagoa Maior e do balneário, com objetivo de estruturar atrativos, ampliar serviços e estimular o setor turístico como alternativa econômica.

Em entrevista ao RCN Notícias, nesta quinta-feira (4), o vereador argumentou que Três Lagoas deve enfrentar redução no dinamismo econômico nos próximos anos, devido à diminuição de incentivos fiscais que impulsionaram o ciclo industrial. Para ele, o turismo náutico e de lazer pode absorver parte dos impactos e gerar postos de trabalho. A proposta cita experiências adotadas em outros municípios, onde parcerias desse tipo resultaram em aumento de fluxo de visitantes e geração de receita tributária.

Segundo Jurado, a ideia não prevê cobrança pelo acesso à Lagoa Maior, tampouco restrições ao uso atual do espaço público, como caminhadas, contemplação e lazer. Ele afirma que o modelo sugerido buscaria manutenção da área, instalação de estrutura adequada e oferta de atividades pagas de caráter opcional, como locação de equipamentos e espaços para eventos. A iniciativa ficaria sob responsabilidade de empresa contratada, com fiscalização do poder público.

O parlamentar reconhece que não existe estudo técnico sobre impacto ambiental, viabilidade estrutural ou modelo de concessão, e que o debate é inicial. A proposta foi apresentada como indicação para que o Executivo analise o tema, realize levantamentos e conduza eventuais discussões oficiais. Jurado admite que a prefeitura ainda não manifestou posicionamento e que a discussão sobre turismo deve ser ampliada no próximo ano.

A sugestão gerou controvérsia entre moradores, que associaram a proposta à privatização de áreas públicas. O vereador rejeita essa interpretação e sustenta que o modelo de parceria não prevê venda de patrimônio público. Também afirma que a proposta pode não avançar, caso estudos indiquem impossibilidade ou falta de interesse do Executivo e do setor privado.

Durante a entrevista, Jurado mencionou limitações operacionais do poder público para melhorar estruturas turísticas e defendeu participação do setor privado na criação de atrativos. O parlamentar citou ainda limitações de acesso às áreas de rio e defendeu que políticas de infraestrutura abram caminho para investimentos particulares.