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Três Lagoas

Aplicativo criado pela ONU orienta vítimas de violência doméstica

Em média, cinco mulheres registram ocorrência de violência doméstica por dia, em Três Lagoas

Somente no primeiro trimestre deste ano, a DAM de Três Lagoas registrou 478 ocorrências de violência doméstica - Ilustração
Somente no primeiro trimestre deste ano, a DAM de Três Lagoas registrou 478 ocorrências de violência doméstica - Ilustração

A Secretaria de Políticas para as Mulheres, em parceria com a ONU Mulheres e a Embaixada Britânica, desenvolveram um aplicativo que oferece informações sobre o que fazer em caso de violência contra as mulheres. O app, chamado Clique 180 ONU Mulheres Brasil, está disponível para download gratuito em smartphones Android e iOS. Mais de mil pessoas já baixaram o aplicativo que possui, pelo menos, dez comentários elogiando a iniciativa e a qualidade do software.

O aplicativo tem como objetivo proteger as mulheres em situações de risco à violência doméstica e também incentivá-las a denunciar os agressores. O app contém informações sobre os tipos de violências contra as mulheres; a localização dos serviços da Rede de Atendimento e a rota para chegar até eles; um botão para ligar diretamente para o 180 (Central de Atendimento à Mulher) e uma ferramenta colaborativa para mapear os locais da cidade que oferecem riscos às mulheres. Além disso, todos os dados são sigilosos.

O Jornal do Povo testou o aplicativo e constatou que, além de ser um aplicativo que ocupa pouco espaço da memória do celular, ele é ágil e didático. O app orienta a mulher, vítima de algum tipo de violência, em como proceder. Por exemplo, a ferramenta “Minha cidade segura” convida as pessoas a mapear ruas, pontos de espera por transporte público e outros espaços públicos que colocam em risco a vida e a segurança das mulheres. O JP verificou que não há nenhuma queixa registrada de ruas ou avenidas de Três Lagoas.

Já a ferramenta “Sofri Violência. O que fazer?”  explica o procedimento legal que a usuária deve tomar para denunciar o agressor em caso de algum tipo violência. O aplicativo questiona qual tipo de agressão você foi vítima: lesão corporal; estupro; calúnia, difamação e injúria; assédio sexual; lesbofobia (violência por orientação sexual); assédio moral; abuso sexual e outros, e, em seguida, lista quais instituições a vítima pode registrar a ocorrência, por exemplo, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher; ou unidade de saúde de emergência para receber tratamento e medicamento para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM).

TRÊS LAGOAS

Em média 5,31 mulheres registram uma ocorrência por violência doméstica por dia em Três Lagoas. Somente no primeiro trimestre deste ano 478 ocorrências foram registradas na DAM do município.

Para a delegada Letícia Mobis, o índice é muito alto considerando o número de habitantes, mas isso mostra que as três-lagoenses estão cada vez mais encorajadas a denunciar os agressores. “A orientação é justamente essa, em caso de violência contra a mulher, denuncie. Seja por telefone, para o Disque 100 ou para o 180, mas denuncie”, explica. Por outro lado, o índice de mulheres que voltam à delegacia para retirarem a ocorrência é elevado. “Em média, 60% das mulheres voltam atrás e desistem de se manifestarem contra o agressor”, revela Mobis.