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Três Lagoas

Aumenta índice de embriaguez ao volante nas rodovias de Três Lagoas

Nos últimos cinco anos, mais de 1,1 mil condutores foram multados

Neste ano, 15 acidentes de trânsito foram causados por embriaguez nas BRs 158 e 262 - Ilustração
Neste ano, 15 acidentes de trânsito foram causados por embriaguez nas BRs 158 e 262 - Ilustração

Enquanto que no restante do Brasil, os índices de autuações por embriaguez ao volante reduziu em cerca de 45% desde a implantação da Lei Seca, segundo dados do Ministério da Saúde, em Três Lagoas o índice aumentou em mais de 10% nos últimos 12 meses.

O percentual é baseado nos dados da Polícia Rodoviária Federal, divulgados ontem, De acordo com a Delegacia da PRF em Três Lagoas, de janeiro até o dia 6 de outubro, 242 condutores foram autuados nas rodovias federais que cortam o município, sendo 190 casos na BR-262 e 52 na BR-158.

Antes mesmo de encerrar o ano, o levantamento aponta 22 casos a mais comparado ao ano passado. Em 2013, foram 220 autuações por embriaguez ao volante nas rodovias federais. Já somados os últimos cinco anos, o volume de multas aplicadas ultrapassa 1,1 mil infrações.

Neste ano, 63 pessoas foram autuadas em flagrante por embriaguez ao volante. Estes são casos em que o teor alcoólico supera o previsto para multa administrativa e recolhimento da Carteira Nacional de Habilitação e passa a configurar crime. O mês recordista em prisões foi o de agosto, com 28 prisões em flagrante ao todo.

Para o inspetor Luiz Carlos Gratão, chefe da delegacia local, os números mostram que, o condutor que passa pelas rodovias federais que cortam o município ainda não se conscientizou sobre os riscos da embriaguez ao volante. “É um número muito alto, que demonstra que o condutor ainda não tem consciência”, destacou.

Essa falta de consciência é diagnosticada em outra estatística grave: a de acidentes de trânsito. Conforme a PRF, apenas neste ano, 15 acidentes envolvendo condutores embriagados foram registrados nas rodovias federais. Deste total, um acidente resultou em morte. “Este foi o caso em que a embriaguez de um dos condutores foi constatada pela PRF pelo bafômetro. No entanto, existem outros casos em que o condutor foge do local do acidente ou até mesmo a vítima é que estava embriagada, em que são repassados para a Polícia Judiciária [Polícia Civil] investigar”.

De 2009 até outubro deste ano, foram 113 acidentes de trânsito apenas em Três Lagoas. O ano com maior número de acidentes causados por condutores embriagados foi o de 2011, 28 casos registrados pela PRF ao todo.

RECUSA

Para a PRF, ainda é alto também o índice de recusa dos motoristas na hora de fazer o teste do etilômetro (bafômetro). De acordo com Gratão, essa resistência por parte dos condutores reduziu comparado aos anos anteriores, mais ainda correspondem a uma média de 30% dos casos atendidos. “Não tenho em mãos um levantamento específico, mas pelo que acompanhamos no dia-dia, a cada dez casos de embriaguez atendido pela PRF, ao menos três se recusam a fazer o teste”, destacou o inspetor.

O caso mais recente foi registrado na madrugada de ontem. Por volta das 2h55 desta sexta, a PRF abordou um veículo Fiat Palio no km 267 da BR-158. O carro era conduzido por um homem de 52 anos com visíveis sinais de embriaguez (olhos vermelhos, exaltação, fala alterada etc), mas que se recusou a fazer o teste do bafômetro. No carro, os policiais rodoviários federais encontraram três garrafas longneck de cerveja. O motorista, que não tinha CNH, chegou a ameaçar a equipe da PRF. Em decorrência disso, os policiais lavraram um termo de constatação de sinais de alteração da capacidade psicomotora e o condutor foi encaminhado para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac).

A recusa, no entanto, pode trazer ainda mais problemas ao condutor. Desde 2012, entrou em vigor nova lei que determina, como prova, também fotos, vídeos e o depoimento dos policiais. “Se o motorista se recusar a fazer o bafômetro e o policial rodoviário federal perceber que ele apresenta sinais de embriaguez, ele será preso e encaminhado para a Polícia Civil. Ou seja, acaba sendo mais arriscado para o motorista, uma vez que, dependendo do resultado do etilômetro ele receberia somente a multa e teria a CNH recolhida, não responderia a crimes”, destacou.