
Em momentos de crise, a falta de notícias negativas mais fortes significa alívio aos mercados acionários e esse é justamente o cenário desta segunda-feira, 15. Com dados fracos na agenda, especialistas esperam um novo pregão de alta, mas ainda volátil.
A Bovespa abriu o pregão desta segunda-feira com avanço de 0,01%, a 53.478 pontos. “O Índice Futuro não indicava uma tendência, estava praticamente zerado, mas o futuro de Nova York sobe”, diz o diretor técnico da corretora Geral, Ivanor Torres, ao afirmar que a Bolsa brasileira pode seguir os mercados nos EUA hoje.
A forte queda do Ibovespa de 8,08% na segunda-feira passada foi seguida de quatro pregões de alta. Após muita volatilidade, o Ibovespa – principal índice de ações do mercado brasileiro – fechou a semana com valorização de 1%. Mas o mercado ainda está instável e analistas ainda não estão otimistas.
“Os investidores se acalmaram um pouco. O momento de pânico passou, mas não podemos esperar notícias positivas”, diz Torres. Segundo ele, ao primeiro sinal negativo, os mercados podem voltar a recuar. “O que se viu nos últimos dias foi muita especulação. Alguns ativos se depreciaram muito. Foi natural a volta às compras de ações e o movimento de ajuste técnico.”
O dia começou com um clima positivo devido à queda mais fraca do que esperada do PIB japonês no 2º trimestre. O índice Nikkei 225 da Bolsa de Tóquio adicionou 122,69 pontos, ou 1,4%, e fechou aos 9.086,41 pontos.
Mas o clima externo positivo pode mudar com a divulgação do índice de atividade Empire State, que mostrou que a atividade manufatureira nos EUA caiu -7,72 em agosto, ante previsão de 1,5.
Ainda na agenda, está previsto para às 11 horas o anúncio do índice de atividade industrial dos EUA em julho. O analista afirma que o indicador deve mostrar uma redução lenta da atividade. Mais cedo, o jornal Financial Times publicou uma reportagem em que afirmava que a indústria norte-americana se prepara para entrar em nova recessão.
“Os problemas evidenciados na semana passada se mostraram sérios e só serão resolvidos a longo e médio prazos”, avalia Torres.