Após meses de reclamações de moradores e motoristas, a Prefeitura de Três Lagoas iniciou, nesta semana, a recuperação parcial da avenida Ponta Porã, na zona Leste da cidade. Apenas partes mais danificadas das duas pistas receberão camadas de asfalto e não haverá recapeamento integral, como previu no meio do ano o secretário municipal de Obras, Ricardo Cobianchi, devido ao custo elevado da obra.
O trecho mais danificado, entre a avenida Ranulpho Marques Leal – nome dado ao trecho urbano da rodovia BR-262 – e a faculdade Aems, possui 600 metros de extensão, com centenas de buracos, valetas e ondulações, onde se acumulam pedras, cavacos de madeira e água, em dias de chuva.
Neste trecho da via, que representa menos de um quarto de sua extensão, serão recuperados 80 locais esburacados. Nestes pedaços, Cobianchi estima que serão utilizadas de 50 a 60 toneladas de massa asfáltica do tipo CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente), usado geralmente na construção de vias de tráfego intenso e em rodovias, especialmente em recapeamentos.
O secretário destacou que a utilização do material aquecido visa exatamente “dar condições” à avenida para comportar a passagem de veículos de carga, como caminhões e carretas que fazem fretes para empresas da cidade, além de aliviar problemas para motoristas, ciclistas e pedestres. “Temos uma grande quantidade de empresas de transporte, de vários Estados do país, que prestam serviços de frete às empresas de Três Lagoas. Esse tráfego pesado danifica o asfalto naturalmente, ainda mais com as condições de drenagem na avenida, que não são boas”, disse.
Ontem, Cobianchi confirmou a realização de reparos, também, em dispositivos de drenagem. O gasto previsto para as obras é de R$ 500 mil, segundo ele.
Motoristas que passam pela avenida apontam que a conversão de veículos pesados, entre as faixas da avenida, são grave problema. “O retorno de carretas e caminhões deveria ser proibida porque isso danifica demais o asfalto. É só olhar para os cruzamentos [com ruas que acessam a avenida] que dá notar os defeitos no asfalto”, apontou o comerciante Jonas Aguiar Neto. A mesma afirmação é do morador André Luís Moreti. “Se proibir a conversão, os caminhoneiros terão de fazer o retorno na rotatória de cruzamento com a rua Egidio Thomé”, apontou.
Há três meses, contudo, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento estuda proibir o estacionamento de carretas no local, sem cogitar negociações com outras pastas da administração mudanças no trânsito. A intenção é impedir que carreteiros usem os espaços para estacionamento, que também contribui para danificar o asfalto, além do aumento da insegurança. Não há previsão de quando a medida poderá ser adotada.
Baldomero terá uma pista asfaltada
A pavimentação da avenida Baldomero Leituga, que liga o trecho urbano da rodovia BR-262 e a avenida Ponta Porã, na zona Leste de Três Lagoas, não será completa. Apenas um dos lados da via será pavimentado.
O trecho de aproximadamente 550 metros, no sentido rodovia/avenida, foi escolhido pela Secretaria Municipal de Obras para dar escoamento do tráfego em direção aos bairros. No sentido contrário, motoristas seguem em direção à rotatória da BR-262.
A execução das obras, contudo, exigiram a construção de valas para retenção de água de chuva. O sistema é alternativo – e mais barato – à construção de galerias e tubulação para escoamento, embora não dê o mesmo resultado. A construção do asfalto vai custar R$ 589 mil.
A segunda etapa de pavimentação da avenida deverá ser executada somente depois de instalação de drenagem. Não há previsão para a conclusão do serviço na via. (Valdecir Cremon)