A comissão técnica formada por profissionais da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) aprovou a área onde deve ser construída a Faculdade de Medicina e o Hospital Universitário de Três Lagoas. Na manhã de ontem, representantes da comissão visitaram a área que ainda pertence à Companhia Energética de São Paulo (Cesp), mas que deve ser cedida ao município, e depois se reuniram para discutir o processo de implantação do curso de medicina na cidade.
O assessor jurídico da Prefeitura, Clayton Mendes, a arquiteta Lea Rocha e a prefeita Márcia Moura (PMDB) também participaram da reunião e da visita na área. Representando a UFMS, estavam o vice-reitor, João Ricardo FilgueirasTognini; o coordenador do curso de Biologia, Odanir Guerra; a professora de enfermagem, Marilice Camargo; a coordenadora do curso de Enfermagem, Jomara Brandini Gomes; o secretário administrativo da universidade local, Gérson de Oliveira Pinto; e o diretor do Campus de Três Lagoas, José Antônio Menomi.
Em entrevista ao Jornal do Povo, João Ricardo disse que o objetivo da vinda dele a Três Lagoas foi o de realizar a primeira reunião da comissão instituída pela reitora da UFMS, Márcia Célia, visando à implantação do Curso de Medicina, a fim de estabelecer metas e fazer levantamentos em relação à área em que deverão ser implantados a faculdade e o hospital. “A área é extremamente adequada para a composição do curso de medicina e outros futuros cursos na área de saúde, bem como para a implantação do hospital universitário”, destacou.
O vice-reitor informou que a autorização junto ao Ministério da Educação (MEC) foi para implantar a faculdade de medicina, entretanto, os técnicos da UFMS já trabalham com o planejamento para a criação de uma Faculdade de Ciências Médicas, ou da Saúde. Isso englobaria, além do Curso de Medicina, o de Enfermagem – que já existe -, além de Fisioterapia e de Farmácia Bioquímica.
“Temos que pensar longe. Fica difícil planejar um Curso de Medicina sem deixar uma brecha para outras áreas médicas. Somos educadores e sabemos como funciona a saúde pública. E quando falamos em saúde pública, falamos em atenção multidisciplinar, onde se trabalha de forma coesa”, ressaltou o vice-reitor.
CRONOGRAMA
A partir da doação e da escritura da área, João Ricardo disse que o próximo passo será a elaboração do projeto arquitetônico do empreendimento. Depois dos elencos necessários estarem viabilizados, ele informou que será solicitada a abertura de vagas para a contratação de novos professores, os quais vão ministrar aulas nos cursos iniciais.
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Segundo o assessor jurídico, Clayton Mendes, a prefeita autorizou o corpo técnico da Prefeitura junto com o setor de engenharia a tomarem as providências para que o projeto tenha o andamento necessário. Ele informou que, na segunda-feira, a equipe começará a fazer o memorial descritivo e o desmembramento da aérea a fim de que o terreno seja repassado para o município. Clayton acredita que dentro de dois meses todo esse processo esteja concluído. “A Simone esteve reunida com o presidente da Cesp e apresentou o projeto, pedindo a parceria da empresa. O presidente resolveu doar a área, que é o melhor local para a construção da faculdade e do hospital, pois o MEC pede que seja um local de fácil acesso, e esse tem tudo a favor”, salientou o assessor jurídico.
PRAZO
Em relação a cumprimento de prazos, o vice-reitor da UFMS disse que quem estabelece é a universidade. “Estamos com uma planilha confortável, já que o início do curso está previsto para 2014, e ainda estamos na metade de 2012. Portanto, temos uma capacidade de tempo interessante”, frisou.
Ainda de acordo com João Ricardo, os alunos do primeiro ano não precisam de um hospital universitário, já que eles vão precisar de um estágio supervisionado a partir do quinto ano. Ele disse que o curso em sua parte básica pode ser iniciado no atual Campus da UFMS, que dispõe de salas e laboratórios, além de profissionais competentes em diversas áreas. “Caso não dê tempo das obras ficarem concluídas, temos condições de viabilizar o início do curso na atual estrutura, porque a primeira turma tem menos alunos”, previu.
CURSO
O vestibular, de acordo com ele, está previsto para acontecer no ano que vem e as aulas para o começo de 2014. O curso terá início com 60 alunos. Segundo o vice-reitor, a parte física da faculdade foi orçada em R$ 14 milhões e a de custeio com funcionários algo nesse valor também. Já o hospital universitário será construído pelo governo do Estado e foi orçado em R$ 20 milhões. “Após a implantação desse projeto em Três Lagoas, a região Leste será outra”, destacou.
