Mato Grosso do Sul, um dos estados mais novos do Brasil, até há poucas décadas, era dominado quase que exclusivamente por áreas convertidas para a pecuária, com terras relativamente baratas. Algumas áreas foram redirecionadas para a agricultura mecanizada de grãos. Situado numa posição geográfica privilegiada na América do Sul, hoje, o Estado vem mudando seu perfil sócio econômico, enfrentando desafios e oferecendo novas oportunidades pautadas no desenvolvimento sustentável.
“Nesse sentido, a preocupação do governo do Estado tem sido a criação de políticas e mecanismos direcionados à diversificação da matriz econômica do Estado, incrementando as oportunidades de emprego de forma associada à adoção de práticas que, efetivamente, contribuem para a recuperação e conservação ambiental”, afirma o governador André Puccinelli. Exemplo que ratifica este compromisso é o investimento captado para produção de celulose e papel, atrelado a um mecanismo de simplificação dos processos de licenciamento ambiental de florestas de produção que implica em fortes e desejáveis investimentos em recuperação de áreas degradadas ou subutilizadas.
Esta iniciativa contribui para a conservação dos solos e proteção dos recursos hídricos. Da mesma forma, auxilia no incremento do seqüestro de carbono livre, auxiliando o combate ao aquecimento global. Por outro lado, este mesmo mecanismo estimula a expansão de florestas plantadas para a produção de carvão vegetal destinado às demandas do setor siderúrgico, reduzindo as pressões sobre nossas florestas nativas e, consequentemente, contribuindo para a conservação de nossa biodiversidade.
O desenvolvimento sustentável, que tem de ser econômico, ambiental e social, só é possível com a atração de talentos e capitais, obtidos por meio da exploração das riquezas naturais, infraeestrutura e do conhecimento. Na área social, o Estado investe em educação, habitação e assistência social, para que a qualidade de vida cresça com a mesma intensidade dos novos empreendimentos que surgem em Mato Grosso do Sul.
A deficiência da infraestrutura logística tornou-se um desafio para preparar o Estado para este novo cenário de desenvolvimento. Recentemente esta situação começou a mudar, com construção de novas rodovias e execução de projetos ferroviários, hidroviários e aeroportuários. Tudo é realizado com base em um planejamento estratégico do território, onde a variável ambiental constitui importante fator, a exemplo do Zoneamento Ecológico Econômico, associados às políticas de atração direcionada de investimentos, colocam Mato Grosso do Sul como privilegiado em termos de oportunidades e crescimento sustentável.
Um dos exemplos deste novo momento da história sul-mato-grossense é o acelerado crescimento da indústria sucroalcooleira com incremento da geração de energia renovável (termoelétricas à base de biomassa), assim como a instalação de um dos mais modernos pólos de celulose e papel da atualidade. Os desafios estão em manter a expansão das oportunidades, contemplando as diferentes regiões do Estado, de forma a levar benefícios de forma desconcentrada para toda sua população.
A preocupação é, neste momento, impulsionar o progresso do Estado com base em uma política de desenvolvimento, preservação, divulgação e uso sustentável da biodiversidade de Mato Grosso do Sul. Entre os empreendimentos em andamento, destacam-se o Aquário do Pantanal em Campo Grande, o Parque dos Hervais em Ponta Porã, o Parque da Tecnologia para a Sustentabilidade da Serra de Bodoquena em Bonito, e o Jardim Zoo-Botânico e Observatório de Aves de Rio Negro.
Florestas plantadas
Mato Grosso do Sul já ocupa lugar de destaque no cenário nacional e internacional envolvendo o plantio de florestas. Tradicional produtor de carne e soja, o Estado, com aproximadamente 400 mil hectares de florestas plantadas, lidera o processo de expansão no Brasil. Isso se deve a política do governo do Estado, que criou o Plano Estadual para o Desenvolvimento Sustentável de Florestas Plantadas, lançado em 2009. Além de baratear a produção, evitar o desmatamento e preencher campos já devastados, as áreas florestadas também colaboram para minimizar o aquecimento global.
Um ano depois, os reflexos dos incentivos a este tipo de cultura no Estado já são expressivos. Em 2010, Mato Grosso do Sul aumentou 30% sua área plantada em relação ao ano anterior. Em segundo lugar ficou Maranhão, que cresceu 10,2%, seguido por Tocantins, com 7,2%.Os dados são da Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (Abraf) divulgados no recém lançado anuário estatístico que toma como base o ano de 2010. No levantamento, Mato Grosso do Sul aparece com 378.195 hectares de eucalipto e 13.857 hectares de pinus, totalizando 392.052 hectares de florestas plantadas. Desde 2006, quando o anuário começou a ser elaborado, o crescimento da área plantada no Estado foi de 300%.
A oferta desta matéria-prima foi essencial para atrair investimentos como Fibria em Três Lagoas, uma das maiores plantas industriais de celulose do mundo, produzindo 1,3 milhão de toneladas de celulose por ano. Também já foi iniciada a construção da Eldorado Celulose, que prevê produção de 1,5 milhão de toneladas por ano.
O plantio de eucalipto e do pinus, respeitando o correto manejo florestal, estimula o desenvolvimento sustentável de Mato Grosso do Sul. Ele reduz o aquecimento global, preserva as nascentes e os corpos d’água, diminui a pressão sobre mata nativa, gera empregos no campo e é uma fonte de renda autorrenovável.
Estas plantações representam uma grande contribuição para o equilíbrio do meio ambiente do Estado, beneficiando também todo o território brasileiro, com o sequestro de dióxido de carbono (CO2), cumprindo o que estabelece o Protocolo de Kyoto e o MDL (Mecanismos de Desenvolvimento Limpo).
Os plantios de eucalipto e pinus são excelentes seqüestradores de CO2, pois viabilizam com extrema eficiência o estoque de carbono em todos os reservatórios de biomassa. Com essa alta eficiência na utilização de recursos naturais, o eucalipto apresenta rápido crescimento e, consequentemente, alta produtividade, diminuindo a poluição e combatendo o efeito estufa.