O Brasil, em missão de paz, está no Haiti há aproximadamente seis anos e, desde então, tenta amenizar os problemas da população. Porém, com os recentes acontecimentos, tudo o que havia sido conseguido em questões humanitárias até agora caiu por terra, literalmente.
O major Sérgio Oliveira, 35 anos, o novo comandante da 2ª Companhia de Infantaria, em Três Lagoas, esteve em missão de paz no Haiti no 6° contingente no ano passado, permanecendo seis meses naquele país.
Oliveira conta que o povo haitiano é muito amistoso, receptível às tropas e expressam um carinho especial pelo povo brasileiro. Oliveira comenta ainda sobre o incidente do terremoto, ocorrido no dia 12. “É uma grande tristeza ver um país em tal desordem social com todas as mazelas que um país pode sofrer.” comenta.
“Nós estamos cadastrando nossos voluntários caso chegue uma ordem de Brasília ou Campo Grande e já temos mais de 70% de indivíduos dispostos a partir em missão” afirma o Major com relação aos soldados de Três Lagoas. Em relação às doações, ele comenta que as pessoas que procuram o Exército com o intuito de ajudar será feito um cadastro com nome e telefone, para posteriormente serem contatadas.
A população haitiana está em desespero, o perigo de doenças infecto contagiosas aumenta com o acúmulo de lixo e corpos que já entraram em estado de putrefação devido à demora no resgate de vítimas fatais de soterramentos. As autoridades não medem esforços na ajuda do povo haitiano, mas a escala desta catástrofe é muito grande, dificultando assim o trabalho de bombeiros, exército e médicos.
Na segunda-feira (25), foi assinada a Medida Provisória que autoriza o aumento do efetivo militar brasileiro na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), com o objetivo de ajudar na reconstrução do país caribenho. A medida prevê o envio imediato de mais 900 militares, além da formação de uma reserva de outros 400.
DESASTRE
Um dos países mais pobres do mundo, o Haiti, sofreu recentemente o maior terremoto da história do país. Problemas governamentais, deficiência na saúde, baixa escolaridade do povo e altos índices de mortalidade infantil além da baixa expectativa de vida da população (61 anos em média) fazem parte da rotina nacional.
O local mais atingido pelo terremoto foi a capital Porto Príncipe, onde mais de um milhão e meio de pessoas estão sem água potável, mantimentos, remédios e abrigo. As línguas oficiais do país são o francês e o Krèyol (Crioulo), o inglês é cada vez mais falado pelos jovens.