O Conselho Municipal de Saúde formou uma comissão para apurar denúncias contra o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, instituição privada conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Conforme o presidente do Conselho, Édson Queiroz, a comissão foi constituída por um gestor, um trabalhador e dois usuários, na semana passada e, nesta segunda-feira (10), iniciou os seus trabalhos.
O trabalho dos membros da comissão é acompanhado por um auditor e um ouvidor de Três Lagoas e conta com o respaldo do Conselho Municipal de Saúde. “Eu também estou acompanhando a ação da comissão, mas um pouco de longe. O objetivo da minha presença é dar respaldo para que eles possam realizar os seus trabalhos”, explicou.
Queiroz explicou que os membros – selecionados na semana passada, em reunião do Conselho – terão a missão de apurar cerca de cinco denúncias contra o Hospital. O presidente antecipou apenas uma das questões: a falta de um neurocirurgião na instituição.
“Há quase dois meses, um convênio firmado entre governos Municipal e Estadual garantiu o repasse de R$ 60 mil para a contratação de cinco neurocirurgiões, para Três Lagoas. Deste total, R$ 30 mil são do Município e R$ 30 são do Estado. Mas nenhum profissional foi contratado”, destacou.
O presidente completou dizendo que as outras denúncias serão mantidas em sigilo até o término do trabalho da comissão por dois motivos: necessidade de comprovação antes de dar conhecimento público e também para não atrapalhar as investigações da Comissão.
“Mas, também vamos apurar a questão do atendimento no hospital, que está péssimo, principalmente no setor de urgência e emergência”, frisou.
O cronograma das investigações dentro do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora foi traçado na semana passada. O objetivo, segundo Queiroz, é manter o elemento surpresa durante as fiscalizações.
O trabalho da comissão – cuja implantação vinha sendo discutida há um mês – estava previsto para iniciar na semana passada, mas teve de ser adiado por conta de uma capacitação realizada para os conselheiros municipais de saúde.
A previsão é que o resultado das investigações seja divulgado ainda nesta semana.
Enquanto isto, Edson Queiroz também aguarda uma reunião com a promotora de Justiça, Ana Cristina Carneiro Dias, para discutir as questões do hospital. A promotora, que responde pela 4ª Promotoria de Justiça, é a responsável por dois Inquéritos Civis instaurados contra o hospital.
MANIFESTAÇÃO
No sábado (8), o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora foi alvo de um protesto na praça Senador Ramez Tebet. Vestidos de palhaços, manifestantes, com faixas nas mãos, recolheram assinaturas para o abaixo assinado pela recontratação de dois médicos demitidos do hospital.
Segundo a organizadora do manifesto, Patrícia Marques, duas mil assinaturas deverão ser encaminhadas para o Ministério da Saúde em protesto à situação do hospital.
“Há 20 dias, entrei em contato com o Ministério da Saúde para fazer uma denúncia contra as demissões e o atendimento no hospital. Fui orientada a fazer o abaixo assinado. Desde então, consegui uma média de duas mil assinaturas, que serão encaminhadas para eles. Só no sábado, conseguimos 600 assinaturas”, disse.
Patrícia conta que a iniciativa partiu depois da internação do pai dela, de 75 anos. Segundo ela, o pai teve um infarto e quase morreu por falta de atendimento no sistema público de saúde. “A situação no hospital está crítica”, acusou.
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