O Hospital Nossa Senhora Auxiliadora recebeu o repasse de R$ 500 mil, recurso restante do convênio firmado com a Prefeitura no mês passado no valor de R$ 1,1 milhão, aproximadamente.
Os comprovantes de recebimento foram apresentados pela direção do hospital logo no início da reunião ordinária do Conselho Municipal de Saúde, realizado na noite de segunda-feira (14) e colocou fim a um impasse gerado entre Poder Público e Conselho. Caso o comprovante não fosse apresentado, o conselho iria suspender as reuniões ordinárias dos membros, incluindo a que aconteceu naquele dia, no salão de eventos da Câmara de Vereadores.
De acordo com o presidente da instituição, Edson Aparecido Queiroz, quando analisado, e deliberado, pelo conselho, o convênio determinava o repasse em única parcela. “No entanto, o convênio aprovado por nós não foi cumprido pela Prefeitura. Vejo como um desrespeito ao Conselho. Ao invés de uma, foram três parcelas. Na época, duas, uma no valor de R$ 500 mil e outra no valor de R$ 120 mil e esta agora”.
O presidente lembrou que o “parcelamento” fez com que o Conselho constituísse uma comissão para acompanhar de perto o cumprimento do convênio por parte da Prefeitura.
A comissão se reuniu na última quinta-feira (10), e decidiu, por unanimidade, estipular o prazo final até esta segunda-feira para que o restante do recurso fosse depositado ao hospital. Caso contrário, as reuniões ordinárias seriam suspensas. “Estávamos decididos a ir embora, caso não nos fosse entregues os comprovantes. Com as cópias, continuamos a reunião normalmente”, disse o presidente do Conselho, na noite.
Ele explicou o motivo: “Este montante é destinado para o cumprimento da folha de pagamento e obrigações sociais, estimadas em torno de R$ 950 mil que teriam de ser quitadas de uma só vez para que o hospital pudesse renovar novos convênios com os órgãos públicos”.
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Conforme matéria veiculada no Jornal do Povo de sexta-feira (11), no sábado (12), venceu o convênio a de prestação de serviços de urgência e emergência e ortopedia, firmado entre Hospital Nossa Senhora Auxiliadora e Prefeitura.
A CRISE
Aprovado também pela Câmara de Vereadores no dia 24 de novembro, o repasse do recurso (R$ 1,1 milhão, aproximadamente) ao Hospital Nossa Senhora Auxiliadora teve como objetivo amenizar a crise financeira que se abate sobre a instituição conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS). A nova crise financeira – desde 2007, o hospital vem anunciando problemas financeiros – tornou-se pública no começo de novembro.
De acordo com o divulgado pela direção do hospital, por mês, o hospital chega a acumular uma dívida que pode variar de R$ 300 mil a R$ 600 mil. O endividamento se deve à discrepância entre os repasses governamentais (governo Federal, Estadual e Municipal), em torno de R$ 900 mil por mês, e o real custo da máquina hospitalar: R$ 1,5 milhão/mês.
Além do repasse a Secretaria Municipal de Saúde anunciou que irá tentar mobilizar governos estadual e federal para a revisão dos repasses. Um levantamento já vem sendo realizando dentro do hospital. Hoje, o Nossa Senhora Auxiliadora atende Três Lagoas e toda a região. São em torno de 800 internações, 12 mil exames e quatro mil consultas ao mês apenas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
