Veículos de Comunicação

Setembro vermelho

Campanha alerta para alta de mortes por infarto e baixa adesão a tratamentos

Setembro Vermelho é o mês de conscientização nacional sobre a prevenção e diagnóstico das doenças cardiovasculares

m Três Lagoas, 5.973 pessoas estão cadastradas no programa de hipertensão. Foto: Reprodução/Agência Brasil.
m Três Lagoas, 5.973 pessoas estão cadastradas no programa de hipertensão. Foto: Reprodução/Agência Brasil.

Setembro chega com um importante alerta à população: a prevenção das doenças cardiovasculares, principal causa de morte no Brasil e no mundo. A campanha “Setembro Vermelho” reforça a necessidade de cuidados com o coração e chama atenção para números preocupantes.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, entre 1º de janeiro e 3 de setembro deste ano, Mato Grosso do Sul já registrou 923 mortes por infarto agudo do miocárdio. Para efeito de comparação, em todo o ano passado foram 1.727 óbitos pela mesma causa.

O cenário local segue a tendência mundial apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que estima que, em 2022, 19,8 milhões de pessoas morreram por doenças cardiovasculares, o equivalente a 32% de todos os óbitos registrados no planeta. Desses casos, 85% foram provocados por infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Mais de três quartos ocorreram em países de baixa e média renda.

SITUAÇÃO
Em Três Lagoas, a realidade também preocupa. Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, 15.973 pessoas estão cadastradas no programa Hiperdia, que acompanha pacientes com hipertensão e diabetes. No entanto, apenas 5.268 hipertensos participam ativamente dos grupos de acompanhamento, pouco mais de um terço do total. Esse dado revela baixa adesão ao tratamento e, consequentemente, maior vulnerabilidade da população a complicações cardíacas.

RISCOS
O cardiologista João Paulo Nunes Fernandes, alerta para o aumento da incidência entre pessoas com menos de 40 anos, principalmente por conta de fatores de risco como tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade e uso de anabolizantes. “Já tivemos casos de pacientes com apenas 31 anos que sofreram infarto. Infelizmente, isso tem se tornado cada vez mais frequente”, destacou.

Segundo especialistas, o infarto ocorre quando uma das artérias do coração se fecha devido ao acúmulo de colesterol ou à formação de coágulo, interrompendo o fluxo sanguíneo e provocando a morte das células cardíacas. Quanto maior o tempo de espera para atendimento, maiores são os riscos de sequelas graves ou até de morte súbita.

RELATO
O corretor de imóveis, Vanderley Aleixo, de 65 anos, lembra o dia em que sofreu um infarto enquanto visitava a filha em Campo Grande. “Eu acordei desesperado com uma pressão enorme no peito e uma dor forte, sem saber o que estava acontecendo. Era uma sensação de que eu estava morrendo. Quando percebi, já estava debaixo do chuveiro tentando me livrar daquela agonia”, contou.

Após o susto, Aleixo mudou hábitos: passou a se alimentar melhor e segue com acompanhamento médico a cada seis meses. “Deus me deu a vida de volta. Hoje procuro cuidar mais da alimentação e ter uma vida ativa o”, disse.