O Comitê de Combate à Dengue de Três Lagoas se reuniu na sexta-feira (3) para discutir o atual cenário da doença no município e definir estratégias de prevenção diante da proximidade do período chuvoso, que favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Situação atual e mapeamento
Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Adriana Spazapan, o número de casos permanece estável, mas constante — o que indica que o vírus ainda circula na cidade.
“Mesmo durante o período seco, tivemos casos positivos. Isso mostra que o vírus continua ativo em Três Lagoas, e por isso o monitoramento é diário”, destacou.
Atualmente, o município contabiliza mais de 1.500 notificações e mais de 400 casos confirmados em 2025. O levantamento é feito com base em fichas compulsórias enviadas pela UPA, hospitais e unidades de saúde.
Com base nesses dados, o setor de endemias atua de forma imediata nas áreas com maior número de registros, tentando conter a disseminação do vírus.
Retorno do tipo 3 preocupa autoridades
Mesmo com estabilidade nos números, a volta da circulação do vírus tipo 3 da dengue acende o alerta entre os setores responsáveis. O comitê reforça que a prevenção ainda é a principal arma contra o avanço da doença.
A presidente do Comitê da Dengue e coordenadora do setor de entomologia, explicou que o trabalho educativo tem sido intensificado nas escolas e creches.
“O setor distribuiu uma coleção de culicídeos para que professores trabalhem o ciclo biológico do mosquito em sala de aula. As crianças aprendem e repassam as informações para as famílias, ajudando na conscientização”, disse.
Monitoramento e armadilhas
O coordenador de endemias, Alcides Ferreira, informou que a cidade conta com mais de 300 armadilhas instaladas em pontos estratégicos, que ajudam a identificar as regiões com maior infestação do mosquito.
“Com esse mapeamento, conseguimos criar um ‘mapa de calor’ e direcionar nossas equipes para as áreas de maior risco, aplicando borrifação em bueiros e ações de educação em saúde”, explicou.
Uso controlado do fumacê
Ferreira também alertou que o fumacê não pode ser utilizado de forma indiscriminada.
“O veneno só deve ser aplicado em casos de surto ou epidemia. O uso excessivo pode gerar resistência no mosquito e também matar outros insetos, como abelhas e predadores naturais, causando desequilíbrio ambiental”, reforçou.
Orientação à população
As autoridades pedem que os moradores redobrem os cuidados com garrafas, pneus e recipientes com água parada, principais criadouros do Aedes aegypti. Mesmo em períodos secos, o mosquito consegue se reproduzir e manter a transmissão do vírus ativa.