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Córrego da Onça, será salvo?

Leia o Editorial do Jornal do Povo, na edição que circula neste sábado

Leia o Editorial do Jornal do Povo, na edição que circula neste sábado (9).
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Recursos na ordem de R$ 51,6 milhões destinados pelo governo federal através do Novo Pac- Seleções, poderão salvar, enquanto ainda é tempo, o Córrego da Onça, vítima da expansão urbana de Três Lagoas, além do despejo de dejetos de uma estação de tratamento de esgoto. A hidrografia do município de Três Lagoas, sistematicamente vem sendo comprometida pelo desmatamento dos nossos cerrados, primeiramente, pela ampliação de áreas de pastagens, e depois, com a implantação de vastas áreas ocupadas por florestas de eucaliptos.

O fato é que que as nascentes, foram sufocadas pela supressão da mata ciliar, cuja vegetação que acompanha as margens dos rios e demais cursos d’agua. Silenciosamente ao longo dos anos suprimidas. Enfim, com o desmatamento rios, córregos e afluentes padecem com a supressão de árvores e plantas da mata ciliar, as quais seguram a terra com suas raízes. Sem este componente da natureza, o assoreamento destes tributários foi comprometido. Estudo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, registrado em entrevista ao JP e ao RCN Notícias com o professor Luiz Ubiratan Hepp, há mais de um ano, já evidenciava a situação preocupante com os principais córregos do município de Três Lagoas.

A má qualidade da água e a redução do volume de água desses pequenos córregos, irreversivelmente, comprometem a sustentação natural que dão aos principais rios, que estão formam a nossa bacia hidrográfica, entre eles o rio Sucuriú, Paraná, Verde, Pombo, entre outros. O estudo da UFMS, também aponta o comprometimento das três lagoas, que dão o nome à nossa cidade. O Córrego da Onça em tempos de estiagem como a que vivemos atualmente apresenta o curso de água reduzido, além de revelar uma quantidade considerável de material descartável nele depositado, fato que compromete, mais ainda as condições de qualidade da água , evidenciando forte agressão ao meio ambiente, sem contar que praticamente, não há vida e nem ambiente para reprodução de peixes, assim como a vegetação natural. Enfim, o fluxo de água está comprometido pelo seu assoreamento.

Com essa intervenção do poder público, espera-se que o Córrego da Onça seja revitalizado. Entretanto, há de se registrar e espera-se que essa ação desperte a atenção da municipalidade para fazer gestão junto as autoridades ambientais do Estado e da União, visando definitivamente a preservação de nossa bacia hidrográfica. E, que sejam determinados novos estudos para avaliar as situações em que se encontram os cursos do Córrego do Pinto e dos ribeirões Campo Triste, Palmito, entre outros. Enfim, de todas as nascentes e cursos dos córregos e ribeirões situados no nosso município, sob pena, caso continuem essa agressão a esse sistema hídrico, de sermos acusados de omissos pelas futuras gerações, pelo fato de não termos assumido a defesa de nossas águas, considerando-se importância e a extrema relevância ambiental. É preciso defender nossas águas.