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Decisão

Justiça mantém bloqueio da venda da Eldorado Brasil para grupo estrangeiro

Juiz de Três Lagoas rejeitou pedido da Paper Excellence para transferência da Eldorado Brasil

Fábrica de celulose em Três Lagoas é alvo de disputa desde 2017
Fábrica de celulose em Três Lagoas é alvo de disputa desde 2017

A Justiça Federal de Mato Grosso do Sul rejeitou, nesta terça-feira (11), mais um pedido da Paper Excellence para suspender a decisão que impede a transferência da Eldorado Brasil Celulose para controle estrangeiro. Essa é a quarta tentativa frustrada da empresa sino-indonésia de reverter a medida judicial.

A decisão segue baseada na falta das autorizações prévias exigidas por lei para a compra da Eldorado, que tem cerca de 450 mil hectares de terras. O argumento central da ação é que a aquisição deveria ter sido autorizada pelo Incra e pelo Congresso Nacional, conforme as regras para compra de terras por empresas estrangeiras.

O juiz federal Roberto Polini, da 1ª Vara Federal de Três Lagoas, destacou que não houve mudanças que justificassem a revisão da decisão anterior do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). Além disso, a Paper Excellence não recorreu ao próprio tribunal.

A disputa judicial continua, e a suspensão da transação reforça a necessidade de cumprimento das normas para aquisição de terras por grupos internacionais no Brasil.

Nota da Paper

A Paper Excellence esclarece que o contrato firmado para a compra do controle acionário da Eldorado Celulose refere-se à aquisição de um complexo industrial, com terminal portuário e escritórios de representação internacionais, sem qualquer relação com especulação imobiliária, não representando, portanto, nenhuma ameaça à soberania nacional.

A questão da venda de terras para estrangeiros é mais um argumento infundado criado pela J&F para tentar impedir a concretização do negócio, firmado em contrato em 2017. A Paper, inclusive, num ato de boa-fé, já propôs às autoridades a alienação das áreas rurais de propriedade da Eldorado Celulose, que representam apenas 5% das terras utilizadas em sua operação – o equivalente a 0,67% do total do negócio de R$ 15 bilhões. Quase 95% das terras que fornecem matéria-prima para a fábrica da Eldorado são de propriedade de brasileiros, que mantêm com a empresa contratos comerciais.

A Paper acredita na Justiça brasileira e está confiante de que, em uma análise mais aprofundada no julgamento do mérito, o seu direito, previsto em contrato, será mais uma vez reconhecido.