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Mais de 350 armadilhas contra o Aedes aegypti estão instaladas em Três Lagoas

Programa utiliza armadilhas para identificar focos do mosquito transmissor de arboviroses e a planejar ações de combate na cidade

Um programa de armadilhas para o mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya, está em operação em 353 residências e estabelecimentos comerciais de Três Lagoas. As “ovitrampas”, como são chamadas, consistem em vasos com água e levedo de cerveja, que atraem o mosquito e permitem que ele deposite os ovos em uma paleta. Após uma semana, as amostras são encaminhadas ao laboratório de Entomologia, onde os ovos coletados são contados e monitorados.

A ação é promovida pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES/MS), com execução municipal coordenada pelos setores de Entomologia e Endemias da Secretaria Municipal de Saúde.

A agente de endemias Alaice Custódio explicou que as armadilhas são instaladas a cada 300 metros. “Os locais escolhidos, dentro das residências, são indicados pelos moradores como pontos de maior incidência do mosquito”, detalhou.

A coordenadora do setor de Entomologia, Georgia Medeiros, destacou que, além de residências e comércios, as armadilhas estão instaladas em 23 bueiros e 16 piscinões do município. Medeiros também esclareceu que as ovitrampas não servem como criadouros para o mosquito Aedes aegypti. “Essa armadilha é específica para atrair o mosquito da dengue, mas não é um foco gerador. Já recebemos questionamentos sobre isso, mas, como a armadilha é instalada e retirada em uma semana, é impossível que se torne um criadouro”, explicou.

Os dados coletados no laboratório são enviados para um programa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que gera mapas semanais indicando as áreas de maior infestação de mosquitos. Esse mapeamento é usado pelo setor de Endemias para planejar ações de combate, como visitas domiciliares e mutirões de limpeza.
As borrifações de inseticida, conhecidas como “fumacê”, são realizadas apenas em situações de epidemia, com alta incidência de casos em humanos. “O fumacê não é a solução para o controle vetorial. O controle depende principalmente da eliminação de focos do mosquito, o que é responsabilidade da população. A borrifação ocorre somente em casos extremos”, ressaltou a bióloga Andrade.

O comerciante Thiago Santana, dono de uma conveniência no bairro Jupiá, considera a iniciativa essencial para a região. “Acho o projeto importante para identificar os focos do mosquito na cidade. Minha esposa já teve dengue, e esse monitoramento ajuda a prevenir novos casos”, comentou.

ÍNDICE DO MOSQUITO
O Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa), realizado entre agosto e outubro deste ano, apontou um índice de infestação de 4%, o que representa risco de surto iminente em Três Lagoas. Com a chegada do período de chuvas, o alerta para a prevenção, sobretudo nos quintais, foi intensificado.