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Três Lagoas

Maioria dos pacientes do programa de tabagismo é mulher

Elas são responsáveis por 70% do número de pacientes acompanhados pelos profissionais do programa

Programa de Controle do Tabagismo atende a 42 mulheres -
Programa de Controle do Tabagismo atende a 42 mulheres -

A maioria das pessoas que participam do Programa Municipal de Prevenção e Controle ao Tabagismo de Três Lagoas é mulher. De acordo com a psicóloga e coordenadora do programa, Maria Cristina Costa Rodrigues, atualmente, cerca de 60 pacientes são acompanhados pelos profissionais do programa. Desses, 70% (42) são mulheres e apenas 30% (18) são homens. Ela disse que a maioria tem idades entre 25 e 42 anos. Porém, existem pacientes com idades entre 19 e 75 anos.

Segundo Cristina, a maioria das pessoas chega até o programa por meio de informações de ex-pacientes que deixaram o cigarro. Há casos em que muitos fumantes optam pelo tratamento após ter perdido uma familiar por conta do tabaco. “O que nos chama a atenção é que muitos deles chegam até nós por conta da discriminação que sofrem de parentes ou amigos”, disse.

Os interessados em realizar o tratamento devem ir até uma das unidades da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e procurar a enfermeira padrão do local. Ela fará o encaminhamento para os futuros pacientes. Após esse procedimento, eles passarão por uma entrevista com uma psicóloga para que ela consiga identificar a gravidade de cada caso. Após a entrevista, os pacientes passarão por um pneumologista.

Segundo Cristina, após todo esse processo, os pacientes terão de esperar a conclusão do tratamento do grupo ativo que dura, em média, quatro meses. “Não conseguimos iniciar vários grupos ao mesmo tempo, por isso, alguns pacientes precisam aguardar um pouco”, explicou.

O tratamento consiste em reuniões de grupo nas quais os pacientes podem compartilham experiências, participar de palestras educativas com temas ligados ao meio ambiente, sessões terapêuticas e, se necessário, fazer uso de medicamentos e de adesivos de nicotina. Todo o tratamento é oferecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Maria Cristina, pelo menos 85% dos pacientes o concluem.

MORTES
Os produtos derivados do fumo representam a segunda causa de mortalidade no mundo. Um em cada dez óbitos de adultos registrados é por conta do tabaco. O fumo só perde, em número de mortes, para a hipertensão. O estudo foi divulgado ontem, no Dia Mundial sem Tabaco, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Já a Aliança de Controle do Tabagismo, organização não governamental, divulgou que somente no ano passado foram gastos R$ 21 bilhões em saúde pública e privada com doenças relacionadas ao fumo. A entidade mostrou que o montante representa quase 30% do valor destinado ao SUS. O estudo revela ainda que o tabagismo é responsável por 130 mil óbitos ao ano no Brasil, o equivalente a 13% do total de mortes registradas no país.